“Não pares. Mais!”
Abri um olho.
“Tens um cu tão bom!”
Abri o outro olho.
“ Força, mais, não pares!”
Olhei para o relógio e enfiei a cabeça debaixo dos cobertores. 8 da manhã de um sábado é cedo demais para ouvir a foda alheia.
“Isso, aí, não pares, não pares!”
Fiz um esforço mental para me lembrar da minha última queca. Seria possível que já tivesse passado mais de um mês?
“És tão boa, és tão boa!”
Ponderei ligar ao part-time só para fazer reset ao contador, mas achei a ideia deprimente.
“Isso.. fode-me! Sim!”
Os meus vizinhos não partilhavam o meu estado de espírito sombrio e o ranger da cama do outro lado da parede era prova mais que suficiente.
Levantei-me e cambaleei para a casa de banho. Um banho demorado deveria dar-lhes tempo para terminarem a sessão de reboliço.
Deixei cair o pijama no chão e olhei-me ao espelho. Tentei não cair na tentação de me prender nas minhas inseguranças. Todos devíamos aprender a olhar para o espelho sem procurar imperfeições e falhas, é uma perda de tempo. Sei perfeitamente que podia ser alta, loura e escultural e mesmo assim iria obcecar com aquele sinal na cara ou aquela marca na barriga.
Procurei então uma parte que me agradasse e concentrei-me nela. Qualquer autora de um daqueles livros de auto-ajuda ficaria orgulhosa de mim naquele momento.
Passei as mãos pelos ombros e desci até às minhas mamas. Apalpei-as devagarinho e mais uma vez me perguntei a mim mesma se seria problema meu… nos filmes porno elas fartam-se de apertar as mamas… eu não sinto absolutamente nada. É como cócegas… simplesmente não consigo fazer cócegas a mim mesma.
Pelo canto do olho vi que a banheira estava quase cheia.
Deslizei para dentro de água e senti um arrepio de prazer quando a minha pele aqueceu. Ao longe ainda ouvia uns murmúrios dos vizinhos mas já não me incomodavam. Apurei o ouvido, parecia-me que ela estava quase a vir-se.
Os sons… acho que gosto mais de ouvir do que ver. Quando vejo porno excita-me muito mais o que ouço do que o que vejo, talvez por isso não ache grande piada à maior parte dos filmes em que a gaja começa com os “ai, ai, ai” no início, continua no meio e vira o disco e toca o mesmo no fim.
A minha vizinha do lado não sofre do sindroma de actriz porno. Ela tem um grande repertório sonoro e aqueles gemidos ao longe lá me acordaram de vez.
Gosto de me masturbar na banheira. Gosto da sensação de estar imersa em calor e sentir na pele as carícias da água enquanto me mexo. Gosto de ficar de molho meio sonolenta depois de me vir. Gosto de me sentir aconchegada.
A mão escorregou naturalmente para entre as minhas pernas. Não me apetecia nada demasiado intenso, por isso limitei-me a fazer uma leve pressão entanto apertava as pernas e baloiçava as ancas.
Estive assim, devagarinho a sentir-me com calma. Fechei os olhos e imaginei o que se passava na casa ao lado e apertei as pernas com um pouco mais força. Continuei até me vir, um orgasmo pequenino e sonolento que me soube muito bem.
Há 1 ano
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