sábado, 20 de dezembro de 2008

Diálogos nocturnos

Eram quase duas da manhã. Lá fora o vento uivava e as nuvens cobriam a lua de uma forma sombria. Sombria no sentido em que, como o céu estava enublado, estava escuro como breu… Caramba, isto é um blog com aspirações a ser semi-pseudo-porno, não ando para aqui a escrever histórias de terror. A verdade é que o vento nem sequer uivava assim muito. Vá lá.. assobiava um bocadito de vez em quando…Coisa pouca.
E disse a Madalena:h
-Estou toda moída… mesmo.
Emergi da pilha de cobertores.
- Estás moída porquê? O que é que andaste a fazer?
-Fiquei por cima desta vez…
Abanei a cabeça para desentupir melhor os ouvidos. Não devia ter percebido bem…
-Ficaste por cima do quê?
-Mas deste em pudica agora, foi? De que é que eu haveria de ter ficado em cima?
-Pronto, outra pessoa qualquer e eu ia partir logo para a badalhoquice, mas tu não costumas falar muito de.. da.. da tua vida amorosa.
Ela endireitou-se no sofá, um emaranhado de camisolas e casacos 2 números acima do dela.
-Não costumo falar porque quando lá ia a baixo o tempo era curto para todas as coscuvilhices, não ia perder tempo a falar dos gajos com quem me tinha andado a enrolar na semana anterior… agora estás aqui, já há tempo de sobra, já podes aturar os pormenores escabrosos.
Ah… os pormenores escabrosos.. será que eu queria saber dos pormenores escabrosos? Claro que sim, porque não haveria eu de querer os pormenores escabrosos. Venham eles. Será que eu consigo arranjar maneiras de escrever mais umas quantas vezes “pormenores escabrosos”?
-Ok… pronto. Venham os pormenores escabrosos!
- Sabes, os minis chamam-se minis por uma razão válida. É o menino dos meus olhos, mas por dentro é mesmo pequeno, não dá para grandes amassos. Estava eu e o Tiago no meio do nada quando me deram uns apetites.. deve ter sido de ver as vaquinhas a pastar ou algo igualmente poético. Páro o carro, viro-me para ele e disse-lhe “hoje estás com sorte”.
Parou uns segundos, ajeitou-se e continuou com um ar quase malandro.
- É uma coisa que eu gosto nos gajos… falamos-lhes em sexo e eles nem perguntam nem quando nem como, ficam logo com aquele ar de cão à espera de doce. É muito conveniente. Ora eu tenho andado cansada, não tenho dormido muito bem e não estava numa de ter muito trabalho, Apetecia-me assim… uma rapidinha de perna aberta. Eu sei que isto parece porco, mas era mesmo o que eu estava à procura. Dentro do carro não dava, eu já tentei uma vez e não correu nada bem, ia partindo um vidro… Saio cá para fora e verifico que o chão estava todo molhado. Tu estás a ver-me a sujar a roupa toda na lama?
-Devias ter levado a carrinha, já não te faltava espaço.
-Qual carrinha. Deita-se o gajo no chão e pronto! Lá se foram os meus planos. Fiquei por cima, sequinha e limpinha… mas agora doem-me as bochechas do rabo.
- Então e o rapaz?
-O rapaz foi o caminho de volta a pensar que raio de desculpa ia dar no escritório por levar as costas todas enlameadas.
-Então, vestia o casaco por cima.
-O casaco? O casaco ainda estava pior. O casaco ficou dobradinho a servir de mantinha, eu não ia meter os joelhos no chão molhado.
A lareira estava a esmorecer, por isso saí do emaranhado de cobertores e atirei mais dois pedaços de madeira para o lume.
-Eu devia aprender a ser mais assim. Mais “anda cá e fazes o que eu quero ou dás meia volta e vais para casa”. Pelo menos não me calhavam atadinhos como o João…
- Então e cá por cima? Ainda não andas de olho em ninguém? Não há mouro na costa? Amigos coloridos? Quecas ocasionais?
Disse que não com a cabeça e voltei a sentar-me.
-Não acredito.. e o Cardoso ainda não te convenceu a alinhares num blind date com um dos milhentos gajos do seu caderninho de telefones?
- Oh Madalena… os gajos do caderninho do Cardoso não querem nada com meninas, pá.
-Ah.. isso julgas tu! O Cardoso conhece gente! O Cardoso conhece muita gente e gente para todos os gostos. Aliás, se ele fechasse o escritório e abrisse uma agência de dating ficava rico. Só tens de lhe dar as características que queres e garanto-te que ele arranja. E se for preciso arranja mais que um, é logo uma mão cheia.
Mas a rapariga está doidinha de todo? Então ela acha que eu vou pedir serviços de administração de acompanhantes ao meu patrão? Sabem o que é que ela me perguntou quando lhe disse isto?
- Tens vergonha?
- Não! … Sim…
-Queres que eu lhe peça?
- Não!
-Esse é um não mas que na realidade significa que não ficas chateada se eu for por trás das tuas costas e lhe pedir na mesma?
-Sim…
-És uma corajosa.
Eu sei, eu sei. É verdade, eu sou um rato, um reles rato. E ser um reles rato deu-me fome, por isso passámos a conversa para a cozinha.
-Tens passado tanto tempo fechada em casa. Só sais à rua para ir trabalhar e comprar porcarias que nós não devíamos andar a comer… - disse a Madalena enquanto enchia a boca de marshmellows.- Tenho de arranjar maneira de te meter fora de casa.
-Já estás farta de mim, é?
- Oh parva.. Achas? Às vezes nem dou por ti, tens passado a maior parte do tempo fechada no quarto. Até ando preocupada… que não te estivesses a dar bem por cá. Andas fugida.
Ora.. eu não ando fugida! Eu só ando cuidadosamente a evitar situações eventualmente perigosas!
- Quase todos os dias te melgo à lareira.
- É por isso que eu a acendo, como engodo para te fazer sair do quarto. Então estás bem?
-Sim – bom, isto é quase verdade.
-Não tens saudades de casa?
-Não – tirando as saudades de tomar banho numa banheira sem receios de ser interrompida por uma gaja que me entra sonhos a dentro para actividades muito pouco próprias.
-Não te faz confusão, depois de viveres sozinha, viver com uma gaja?
- Não – especialmente se não tiver de ver a dita gaja em roupa interior, toalha de banho, completamente nua ou com aquela camisola azul que lhe fica lindamente… não me faz confusão nenhuma.
-Boa.
Boa… e já eram quase quatro da manhã quando fomos para a cama.

Cada uma para a sua, oh vozes hiper-activas da minha cabeça.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Oh universo

Como sempre arranjaste uma forma de agraciar o meu dia com o teu sentido de humor.
Chego a casa e ainda nem pousei a mala no chão já estou a ouvir um “estava a ver que nunca mais chegavas, anda cá!” vindo do andar de cima.
Larguei a chaves e a mala e subi os degraus para ver qual era a problemática.
Entro no quarto da Madalena e deparo-me com uma cama cheia de roupa. Quando eu digo cheia não me estou a referir a duas camisolas e 3 pares de calças... não... estou a falar do conteúdo do armário e das gavetas TODO em cima da cama e (ou não fosse a Madalena) organizado por cores...
Sai-me a rapariga da casa de banho, toalhinha enrolada à volta (claro, lá se esperava outra coisa) e desata a andar à volta da cama enquanto explica “afinal a reunião de amanhã é hoje e eu baralhei as datas... se não me tivessem telefonado a confirmar o sítio ia para lá amanhã feita parva... e agora o que é que eu vou vestir... tenho de ir com ar profissional e já me estou a passar com isto”.
Ah... sim, o eterno problema feminino do “eu não tenho nada para vestir!”. Calha a todas... mesmo que não sejam daquelas gajas com muitas esquisitisses vai haver um momento na vossa vida em que vão olhar para um armário a abarrotar de roupa e dizer:” mas eu não tenho nada para vestir!”.
Olhei para o monte de roupa na cama e agarrei numa camisa púrpura, numas calças pretas e num casaco preto e perguntei-lhe se lhe parecia profissional o suficiente. Ela olhou para mim como se eu tivesse descoberto peças de roupa que não estavam lá há cinco minutos atrás abanou a cabeça e pisgou-se para a casa de banho.
Deixei a roupa na pontinha da cama e sai do quarto com uma pressa fora do vulgar. Eu lá tinha as minhas desconfianças que não estava em terreno seguro. Assim que meto o pézinho do lado de fora da porta ouço um autoritário “mas onde é que tu pensas que vais? Já me escolheste os sapatos???”. Parei, virei-me devagarinho e dei de caras com uma mulher lindíssima de cabelos soltos, molhados, soutien e boxers pretos e um olhar intrigado.
Pensei de mim para mim:

“Porque é que ela está com aquele ar curioso?
Aliás, porque é que ela está com aquele ar curioso a olhar para mim?
Será, Ana Maria, que é por tu estares praticamente a babar-te a olhar para ela há uns 20 segundos? Hum? Será?
Raio da garota, mexe-te, olha para outro lado, diz alguma coisa. Mas o que é que se passa contigo?”

Abanei a cabeça tentando calar as vozinhas que corriam de uma lado para o outro em pânico na minha mente e de uma forma completamente casual (tão orgulhosa que fiquei de mim) disse-lhe : “levas os pretos, com é obvio, mas estou aqui a olhar para ti e acho que é melhor secares o cabelo, ficas logo com um ar mais atinadinho”.
Ah,ah!!! Eu não estava ali qual velho pervertido a ver a menina semi-nua! Não! Eu estava a fazer uma avaliação cuidada do penteado que ela deveria levar, pois claro. Acalmem-se vozes histéricas que aqui a Anocas resolveu a situação.
Ela fez uma careta de desagrado mas foi buscar o secador.
Mais uma vez, e desta vez ainda com mais pressa, virei-me para sair do quarto.
-Secas-me o cabelo? Não tenho jeito nenhum para isto... - pediu ela.
Ah... claro. Anda cá, oh Madalena descascada, senta-te aqui que eu vou arranjar uma qualquer forma sofisticada de te secar o cabelo enquanto analiso todos os detalhes do tecto para evitar que os meus olhos caiam onde não devem.
E lá estive eu, uns vinte minutos de secador na mão, completamente compenetrada nos cabelos quase pretos que caiam em suaves madeixas sobre os ombros delicados e... não! Olhinhos para cima, Anita!
Quando terminei o trabalho ela levantou-se, vestiu-se num ápice e fez a habitual pergunta: “estou bem?”.
Estás linda... - não podia ter sido mais sincera.
Quando ela saiu de casa há bocadinho vim para o quarto, não estava com muita vontade de ir comer sozinha.
Agora estou para aqui, ainda com aquela sensação de nervosinho miudinho, a tentar perceber quando é que eu passei dos sonhos ocasionais com uma amiga de longe para me comportar desta forma com a amiga com quem vivo.
Confesso que me está a fazer alguns curto-circuitos na minha cabeça. Quer dizer... é a Madalena! É uma menina! É uma grande trapalhada, é o que é!
Eu culpo a televisão!
Mentira.. culpo é o Bit torrent que é de lá que eu tiro as séries (cópias de segurança, senhores polícias) que decidiram todas ao mesmo tempo andar a enfiar nos guiões uma data de gajas enroladas com gajas.
Acho que vou fazer greve. Chega de Dr. House e de Grey's anatomy!
Vou-me dedicar a ver a última temporada de Supernatural... pelo menos tenho pesadelos com demónios e sombras em vez de sonhos com a miúda que vive comigo! Posso não dormir nada de jeito e achar que todos os barulhinhos são qualquer tipo de criatura maléfica pronta a desmembrar-me de uma forma dolorosa... mas com isso posso eu bem.

Amor, apaga a luz

Dizia-me a Andreia ontem que isto de andar a rebolar pelos lençóis às claras é muito bonito, mas depois alguém tem de se levantar e ir apagar a luz. Queria ela dizer que o romantismo e a espontaneidade não são nada práticas e que por vezes as consequenciais de uma noite romântica com 100 velas acesas e chocolate lambido da barriguinha do respectivo mais que tudo são demasiado trabalhosas.
Penso que é por isso que tantos casais caem na rotina de sexo de sábado à noite, na cama, de luzes apagadas... dá menos trabalho. Compreendo que depois de um dia inteiro de trabalho a ideia de ter de andar a limpar cera de velas das mesas e bancadas todas da casa seja o suficiente para tirar a vontade toda e mandar qualquer um directo para o sofá para a frente da televisão.
Compreendo... mas não consigo aceitar que não hajam casais que consigam fazer esse esforço extra...
Afinal é essa a diferença, não é? Entre um casalinho que está junto à 3 semanas e um que está junto há três anos.
No inicio tudo vale a pena... levantamo-nos de madrugada para preparar aquela surpresa especial, rapamos um frio desgraçado para estar à espera com aquela lingerie sexy quando chegam a casa, passamos duas horas a esfregar a alcatifa porque os morangos com natas comidos no chão à lareira acabaram por pingar tudo e andamos felizes da vida assim, porque estamos apaixonados.
O que muda?
Porque é que na maior parte dos relacionamentos ao fim de algum tempo desistimos? Deixamos de achar que a outra pessoa vale a pena o esforço?
Recuso-me a acreditar que todas as relações estejam condenada as este destino deprimente.
Eu acredito que há pessoas que se mantêm apaixonadas 10, 20, 30, 40 anos depois. Eu acredito que há velhinhas de 70 anos a deixarem bilhetinhos a dizer “acho as tuas rugas do pescoço extremamente sexys... e esse andarilho dá-me a volta à cabeça! Prepara essa prótese na anca que mal posso esperar que chegues a casa para te atirar para a cama!” no bolso dos seus mais-que-tudo.
Partilhei isto com o resto das galinhas hoje à hora do almoço e riram-se na minha cara. Disseram-me que este romantismo me passava com a idade.
O mestre no entanto calou o galináceo e disse, do alto da sua infinita sabedoria:
A maior parte das pessoas acomoda-se. A pessoa com quem estão já não lhes diz muito no entanto é uma companhia confortável e como encontrar melhor dá muito trabalho acabam por ficar por ali e vivem a sua vidinha bem. Não investem muito na relação porque também não se sentem valorizadas e concentram-se em outras áreas da sua vida.. a carreira, os filhos, um hobbie... e não são infelizes. Vivem contentes. A maior parte pessoas que pensam como tu vivem insatisfeitas, sempre à espera de mais, sempre à espera daquela tal pessoa que vai sempre ficar com os olhos a brilhar cada vez que te vê chegar... e a maior parte acaba por ficar sozinha e frustrada.
As outras galinhas cacarejaram em aprovação, mas ele não me deixou ficar mal:
No entanto, só quem se recusa a aceitar a mediocridade e corre o risco de dar uns grandes trambolhões e ficar com o coração nas mãos consegue aquele final de filme, o “e viveram felizes para sempre”. Eu acho que se tens pachorra para isso vale bem a pena o risco.
O meu ah-ah! triunfante foi ignorado pelo galinheiro.
Sou a galinha negra lá do sitio, pá....
Eu não me interessa...chamem-lhe romantismo, optimismo irrealista, parvoíce própria da idade... eu quero alguém que nunca se importe de se levantar para apagar a luz e que, daqui a muitos anos, eu ainda tenha vontade de beijar durante horas, com ou sem dentadura.
Dito isto e salvaguardando assim os meus planos para relacionamentos futuros...Eu ando a precisar de um amigo colorido cá para estas bandas!
A sério... ontem olhei para a minha almofada e ela rosnou-me, disse-me que estava farta de mim e mandou-me ir roçar noutro lado qualquer que ela ia tirar uns dias de férias.
Eu, que não sou uma rapariga nada orgulhosa, virei-lhe as costas numa de “ai é.. depois vem cá fazer-me olhinhos de fronha carente a ver se eu te ligo alguma coisa”, peguei na minha toalhinha e no roupão e saí do quarto decidida. Subi as escadas cheia de força e...
Oh Madalena... posso usar a banheira do teu quarto? - pronto, saiu-me... e não custou assim tanto.
Ela levantou os olhos da secretária, ajeitou os óculos e abanou afirmativamente a cabeça, como se não fosse nada com ela.
Missão comprida!
Lá foi a Aninhas, toda satisfeita para dentro e uma banheira cheia de água e espuma abundante.
Há tanto tempo que não tomava um banho... acho que tive uns três orgasmos psicológicos só de me deitar naquela aguinha quente.
Fechei os olhos durante um bocadinho e senti cada músculo (pronto.. ou aquilo que eu tenho onde as pessoas firmes e tonificadas deveriam ter músculo...) a relaxar. Deixei-me flutuar uns 20 minutos. Quase me esqueci o que me tinha impelido a requisitar aquela banheira, mas o olhar de desdém da almofada avivou-me a memória.
Ora festinha aqui, festinha ali, mãozinha aqui, dedinho ali e não tardou a sentir aquele calorzinho bom que vem de dentro e me faz ter vontade de roçar as pernas uma na outra... estava eu a meio das minhas actividades lúdicas aquáticas, extremamente entretida quando batem à porta.
O meu coração ia-me saltando do peito. Endireitei-me e gaguejei um “sim?” sumido.
Quando a Madalena abriu a porta deu-me um acesso de vergonha e voltei a mergulhar-me toda na água, desapareci entre aquela espuma toda e pedi às estrelinhas para que a minha cara não tivesse ficado vermelha que nem um tomate.
-Olha lá, desde que eu não esteja a dormir não precisas de me vir pedir se podes usar a banheira. Eu sei que tu és um pato, podes usar a banheira à vontade. Sabes onde estão as toalhas?
Estiquei um dedo para fora da espuma e apontei para a toalha que tinha trazido.
-Vou fazer pipocas e ver um filme. Vais demorar ou espero por ti?
Abanei afirmativamente a cabeça, muda.
Isso é um “sim, vou demorar” ou um “sim, espera por mim”?
Com pelo menos 3 vozes diferentes a chamarem-me nomes dentro da minha cabeça e umas 5 a dizerem-me “oh santa pipoca, fala, mulher!” lá disse que não ia demorar.
Passei-me por água, vesti-me e quando desci para o andar de baixo ainda tinha o coração a bater com força.
Nota mental... banhos na banheira sim.... actividades lúdicas aquáticas só quando estiver sozinha em casa!
Tenho mesmo de arranjar um entretém que estes comportamentos aparvalhados já não têm piada nenhuma.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Keywords

É um divertimento meu ver aquelas análises fantásticas que me dizem como é que os visitantes do blog cá vêm ter. Não são raras as vezes que me desato a rir com as buscas que atiram para aqui internautas inocentes.
Hoje tenho duas a que acho particular piada.
Senhor/a que cá veio ter à procura de "gaja com dois buracos do cu", por favor... eu estou cheia de curiosidade para saber se encontrou alguma. E para que queria dois? As meninas normalmente já vêm equipadas com dois orifícios e um opcional, não chega? Precisa mesmo de mais um extra?
Também cá veio parar alguém em busca de "receita de madalena". Bom, posso pedir aos paizinhos dela que me expliquem em pormenor como é que a cachopa foi feita, mas duvido que o resultado final seja o mesmo...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Anita vai almoçar

Aqui a Anita vai almoçar quase todos os dias com a malta do escritório. Há uma da tarde todos os presentes pegam nas suas coisinhas e convergem para a entrada onde decidem onde vai ser a almoçarada desse dia.
Ora a minha secretária está praticamente no centro da localização geográfica dessa aglomeração por isso eu fui absorvida pelas massas e passei a fazer parte da trupe muito rapidamente.
Não foi difícil sentir-me integrada no grupo por duas razões: a primeira é que o grupo é maioritariamente constituído por gajas com problemas amorosos e a segunda e a mais importante é que eu sou a secretária do tipo a quem elas querem pedir conselhos. Ahhhh.. o poder. Eu sei sempre quando é que o Cardoso almoça com as galinhas. Aliás, não fosse eu engraçar com aquela gente e achar que até são todas boas pessoas ia ficar seriamente convencida que era só por isso que elas são simpáticas para mim.
Ao inicio as conversas eram mais tímidas, afinal havia por lá uma galinha nova que elas não conheciam e tinham algum tento na língua, mas não demorou muito para que mostrassem a sua verdadeira cara. Sim, que aquilo é um antro de galinhas depravadas!! Ouçam bem o que vos digo: depravadas!!! É por isso que me adaptei tão bem.
O pobre do Cardoso normalmente passa os almoços a ouvir as últimas desgraças dos relacionamentos das galinhas do escritório e a tentar dar-nos algumas luzes acerca da mente masculina.
A nós, galináceas atentas, só nos falta tomar notinhas em caderninhos com canetas de várias cores como na escola.
O tema do almoço de hoje foi o pseudo-namorado da Daniela.
A rapariga está com dúvidas existenciais pois embora andem enrolados há quase dois meses nunca ninguém pediu em namoro ao outro e embora haja uma espécie de contracto de exclusividade nunca foi algo sobre o qual tivessem falado. Assim, embora ela se sinta comprometida e não ande por aí a enfiar-se em calça alheia não sabe em que ponto da situação está o relacionamento.
O mestre do galinheiro disse na sua infinita sabedoria que se ela não está confortável com a situação na sua presente condição de “logo se vê” que deveria perguntar ao moço “olha lá, afinal como é que é?”.
A Daniela não é parva nenhuma e já sabia perfeitamente que era isso que tinha de fazer, no entanto (e agora vem a verdadeira questão que ela queria colocar ) não quer ter a conversa e acabar por ser ela a pedi-lo em namoro.
O mestre meditou por uns momentos perante o olhar espectante das galinhas e proferiu a sua sentença:
“Os homens têm alguma dificuldade em detectar subtilezas. Uma boca atirada para o ar do género “a não sei quantas perguntou-me se eu tinha namorado e eu fiquei sem saber o que responder porque tu nunca me pediste em namoro” é completamente desperdiçada na maior parte dos homens. A esmagadora maioria vai encolher os ombros e continuar o que estava a fazer... O melhor será dizer-lhe abertamente “olha, sabes que tu nunca me fizeste um pedido oficial de namoro? As miúdas – e por miúdas eu quero dizer EU – gostam disso, sabias?”. Depois é esperar. Se ao fim de uma semana ele ainda não te tiver “oficialmente” marcado como território seu ou não está assim tão interessado ou é mesmo burro que nem uma porta. Em qualquer dos casos mais vale mandá-lo dar uma volta e passar ao próximo. “
Todas nós absorvemos a informação e até acho que ouvi a Daniela balbuciar um sumido “sim, mestre”.
Não é que eu esteja a meter em causa a sabedoria do senhor do galinheiro, até porque ele tem mais experiência com a psique masculina num dedinho da mão esquerda (... e sem ser com a psique também...) do que eu nos meus 26 aninhos de existência, mas uma das vantagens de ter um blog é poder perguntar a quem aqui passa o que acham destas problemáticas de significativa relevância para o futuro da humanidade em geral.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Saudades da minha antiga casa

Eu estou aqui muito bem, a sério que estou. O quarto é enorme, a casa é fantástica, tenho tudo e mais alguma coisa à mão... mas a verdade é que tenho saudades de uma coisa do meu minúsculo apartamento.
Vamos lá ver se adivinham...
Tenho saudades da minha banheira. Muitas!
Tenho saudades dos meus longos banhos.
Vou até ser porquinha e dizer que tenho saudades do que de vez em quando fazia durante esses longos banhos.
A casa de banho cá de baixo tem uma magnifica cabine de duche, com jactos XPTO e tudo... mas não é a mesma coisa.
E sim.. há uma banheira cá em casa... mas é lá em cima... no quarto da Madalena. Tenho medo que se sairem da minha boca as palavras “posso tomar banho na tua banheira” haja qualquer tipo de implosão do universo, se desmorone o mundo e toda a realidade seja transportada para um dos meus sonhos. Melhor não arriscar.
Culpa do meu cérebro hiper-activo que durante a noite continua a divertir-se com encontros imediatos de terceiro grau. À conta desta palermice já gaguejo quando a rapariga vem buscar alguma coisa à cozinha de toalha enrolada e ainda no outro dia me engasguei toda (literalmente, estava a beber chá e até me vieram as lágrimas aos olhos) quando ela me pediu num tom que já me é demasiado familiar se lhe podia ir buscar uma toalha.
Cá para mim isto já começa a ser excesso de falta.
Ninguém me mandou deixar um part-time a 300 km de distancia.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Conversas de cabeleireiro

Uma das maravilhas de não ir aos cabeleireiros de centros comerciais, cheios de gente muito chique é que além de se pagar bem menos o entretenimento é de muito melhor qualidade.
Hoje depois do trabalho achei que já era altura de dar um jeitinho às pontas espigadas e fui em busca de um cabeleireiro aqui ao pé de casa. Como sou um bocado calona para andar à procura entrei no café, comprei 2 pastilhas (eu sou calona e forreta…) e perguntei onde era a cabeleireira mais próxima.
A senhora lá me dei as indicações e fiquei a saber que numa das casas nem a 5 minutos daqui há uma senhora que fez um salão na garagem.
Lá fui eu, toda lampeira, pronta a lavar, cortar e secar.
Estavam lá mais 3 senhoras além de mim e a conversa andava à volta do tópico das doenças.
As gripes, a pneumonia que uma tinha apanhado, a gota do marido de não sei quem, o cancro do rapaz de não sei de onde que morreu tão novo que desgraça… até que, sem aviso prévio, uma das senhoras larga a bomba:
- Ai, com as doenças uma pessoa apanha cada desgosto… A minha mais velha apanhou um mal na boca do corpo que até injecções teve de levar. Eu bem lhe disse que não se desse assim, eu ensinei-a que o amor só se faz casada com o marido mas agora os tempos são outros… Coitadinha, andou muito aflita, que é uma zona que se sente muito, não é? Eu já lhe disse, oh filha, tu vais com eles, mas depois lava-te bem lavada, ouviste?
Eu apertei os lábios com força e enterrei-me no sofá com a revista a esconder-me a cara…. “Não te rias, Anita.. tu não te rias!”. Mas a senhora continuava…
- É que eles não lavam bem lá… lá… a coisa e depois as mulheres é que se infectam todas… que a boca do corpo apanha esses males com muita facilidade. Eu felizmente nunca tive assim desses problemas, mas também não me andava a deitar com o meu homem todos os dias que no nosso tempo não era assim… agora as moças até parece que gostam…
A cabeleireira, que era uma rapariga dos seus 30 parecia estar a fazer um esforço quase tão grande como eu para não se desatar a rir…
- Isto são coisas da televisão, elas agora são mais informadas também… não é… agora eles mostram tudo na televisão. Não é como o nosso tempo… eu quando me casei nem sabia como é que era um homem sem calças. E mesmo depois a gente não olhava, não era… Tudo debaixo dos lençóis. Mas felizmente nunca apanhei nenhum mal lá… lá em baixo… Mas também sempre comi muitas nabiças que dizem que têm muitas vitaminas e ajuda combater o mal.
Felizmente o penteado estava terminado e com ele a conversa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Conversas de sofá

Nesta casa os temas de conversa são sempre variados… Não sei muito bem como ontem fomos parar às linhas eróticas.
Estávamos a falar que tal como no velhinho mirc havia uma sucessão de perguntas da praxe, o nome, idade, ddtc também nas conversas porno havia a habitual “ o que tens vestido?”. Como é obvio elas nunca estão de calças de pijama e camisolona com nódoas.. estão sempre de lingerie sexy, saia com brutal racha e camisa aberta até ao umbigo.
De repente a Madalena vira-se e num rasgo de genialidade manda a seguinte bifana para o ar:
- Mas já viste o que era o tipo perguntar qualquer coisa do género “Estás quente?” e ela respondia com uma voz sexy: “Oh sim, estou com dois pares de meias!”

domingo, 16 de novembro de 2008

Olá, muito prazer, sou a Ana

O que é que eu tenho feito ultimamente?
Eu digo-vos o que tenho feito ultimamente… Tenho conhecido gente. Muita gente.
Vamos lá começar.
Temos a D. Ermelinda que é a empregada de limpeza lá do escritório e que fez anos a semana passada e me ensinou que nódoas de tinta de esferográfica se tiram deixando a saia de molho em leite e depois esfregando com um paninho com vinagre.
Conheci a Susana que é uma das advogadas lá do escritório e que só pode ter dupla personalidade porque quando está com clientes ou tem lá a filha utiliza uma linguagem correctíssima… quando estamos só nós a cada 3 palavras sai um palavrão e de cinco em cinco minutos pede desculpa, que aquilo ainda são as influências da terra onde nasceu, cujo nome se me escapa agora…
Conheci a D. Juliana que é outra advogada lá do escritório. Quando tiver mais confiança com ela hei-de perguntar-lhe que drogas é que ela toma logo pela manhã para entrar pela porta a dentro com um “bom dia juventude” e andar sempre com o nível energético de um ratinho que tomou speeds.
Conheci as “elas”. A Daniela e a Gabriela que também lá trabalham e são quase da minha idade. Já sei que no natal vou receber qualquer coisa feita pela Gabriela porque a moça anda sempre com as agulhas e as lãs atrás dela e faz gorros e luvas e cachecóis para toda a gente.
A Madalena fez anos (já vai nos 28, a cota…) e houve festa cá em casa no sábado e eu fiquei a conhecer o Miguel, o Pedro, a Flávia, a Catarina e a Filomena.
O trabalho está a correr bem, já sei os cantos à casa, já sei mexer com as máquinas todas, já reconheço a voz de alguns clientes ao telefone e até me foi dado um telemóvel da empresa, olhem só o luxo!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu já estava a estranhar...

-Trazes-me uma toalha? - a voz soou bastante mais distante do que o andar de cima, mas nem pensei duas vezes. Subi a escada, fui ao armário e tirei um toalhão grande, azulão.
A casa de banho estava cheia de vapor, quase não se via nada e ainda tive de andar ás apalpadelas para encontrar o lava-mãos para deixar a toalha.
-Não vais tomar banho? - perguntou ela atrás de mim, quando acenei que sim com a cabeça continuou num tom de voz ligeiro – Então porque é que só trouxeste uma toalha?
Virei-me e dei de caras com uma Madalena muito despida a entrar para a banheira. Fiquei parada alguns segundos com uma sensação de dejá vu até que me apercebi que continuava a olhar para ela e deixei cair os olhos no chão.
Ela pareceu não ter notado e mergulhou-se na água quente até ao pescoço. Estendeu a mão e perguntou com ar intrigado “então, não vens?”.
Ahhh.... eu já estava a estranhar a falta de sonhos pseudo-porno com a rapariga.... Até cheguei a pensar que agora que estavamow a viver na mesma casa que o meu subconsciente tinha resolvido as problemáticas que tinha e seguido em frente. Ah! Qual era a piada disso?
-Então, não vens? - lá estava ela, a olhar para mim, à espera que eu me fosse enfiar na banheira como se fosse a coisa mais normal do mundo. E era... não fosse o meu olhar insistir em cair um pouco abaixo do pescoço da moça, não fossem as minhas bochechas estarem a ficar vermelhas e o meu coração ter começado a bater com uma força desmedida e uma vozinha na minha cabeça se deliciar em lembrar-me quão bonita eu a achava. E ela a olhar para mim, à espera.
Respirei fundo, decidida a ignorar aquelas palermices e despi-me rapidamente. A água estava um pouco mais quente do que a temperatura a que eu estava habituada e fiquei aliviada porque tinha a desculpa perfeita para o rosado intenso das minhas bochechas.
Sentei-me na banheira com muito cuidado para não tocar na gaja nua que já la estava mas era praticamente impossível... a banheira não era assim tão grande e acabei por ficar mesmo encostadinha a ela.
Que parvoíce, vê lá se te comportas, Ana Maria. Mas deu-te agora para isto, foi? Sim, é a Madalena na banheira contigo, e então? Não tomaste já dezenas de vezes banho com a tua irmã? É a mesma coisa, estás aí toda envergonhada para quê....
- Estás bem? - o meu monologo interno foi interrompido por uma voz preocupada.... por uma voz preocupada a escassos centímetros da minha cara e a aproximar-se cada vez mais... oh santa pipoquinha, o que é que ela está a fazer???
- Estás tão vermelhinha, estás com febre? - perguntou ela encostando a sua testa à minha.
Qualquer resposta que lhe podia ter dado ficou caladinha em mim quando dei por mim a inclinar a cabeça e a pousar os meus lábios nos dela.
Alerta vermelho, alerta vermelho. Anita.. o que é que tu acabaste de fazer??? Rápido, inventa uma desculpa qualquer, finge um ataque de epilepsia, espuma da boca... qualquer coisa!
Abri os olhos à espera de ver uma Madalena confusa, zangada até mas o que vi foi um sorriso malandro. Tentei dizer alguma coisa mas ela inclinou-se para a frente e deu-me um beijo longo e quente e.... bom, bom, bom.
A sensação de ter o seu corpo completamente nu encostado ao meu era electrizante. Estava consciente de cada centímetro de pele, de todos os seus movimentos. Quando os beijos passaram para o meu pescoço arrepiei-me com cada uma das suas respirações e todas as vozes da minha cabeça se calaram para apreciar melhor o momento.
Perdi-me nas suas carícias e enchi-a de beijos sem medo.
Foi com muito mau feitio que desliguei o despertador que me arrancou do quentinho do meu sonho.
Eram sete horas e era o meu primeiro dia no meu novo trabalho.
Espreguicei-me e ri-me de mim própria e das problemáticas que tenho enquanto durmo. Tenho cada sonho mais escaganifobético... enfim...
Upa, toca a levantar para vestir e arranjar tudo com calma e sem stresses.
A roupa já estava escolhida de véspera e a malinha preparada.
Saí do quarto pé-ante-pé tentando não fazer barulho nenhum para não acordar a Madalena que ainda devia dormir a sono solto no piso de cima.... ia-me caindo o coração aos pés quando a vi na cozinha, a encher duas chávenas de chá.
-Isto é como o primeiro dia de escola, tinha de ver se tomavas o pequeno almoço como deve de ser e se ias bem arranjadinha – disse ela, sorridente de mais para as sete e meia da manhã.
Era demasiado cedo, eu ainda estava demasiado ensonada e o cérebro ainda não tinha acordado completamente do sonho que estava a ter... dei por mim a corar e a gaguejar qualquer coisa sobre ter de ir lavar a cara.
Voltei 10 minutos depois, já penteadinha e compostinha e tomei o pequeno almoço com ela.
Saí de casa com a estranha sensação de ter sido apanhada a mexer no pote das bolachas....

domingo, 2 de novembro de 2008

Já sou uma senhora!

Um dos melhores aniversários de sempre.
Os papás esmeraram-se nas prendas (“é para o que precisares para a tua casa nova, está bem?”), a mana deu-me duas saias e uma camisola muito catitas. Os avós foram muito generosos também. A Ana consumista saiu do jantar de ontem muito feliz. A Ana menos fútil pensou na fome e desejou paz no mundo enquanto trincava uma das velinhas do bolo. A sério!
Agora vem a parte interessante... em que artigos do lar vou eu gastar as minhas prendinhas.. é que se for como o ano acabo por comprar artigos que não fazem propriamente parte de um enxoval tradicional... Hum... por acaso tenho uns quantos brinquedos na minha wishlist... quem sabe.
A viagem para casa fez-se bem.. tirando ter saído na saída errada na auto-estrada e ter-me perdido duas vezes para desespero da Sandra que passou a ultima hora da viagem aflitinha para ir à casa de banho.
A tarde foi passada na galhofa e a preparar o jantar.
A conversa estendeu-se até às 3 da manhã, altura em que já só se aguentavam de olhos abertos eu, a Andreia e a Madalena.
Eu e a Andreia estivemos a tentar arrancar informação acerca do moço que anda agora arrastar a asa à nossa menina (“qual arrastar a asa? São só uns enrolanços!”). Ficámos a saber muito pouco. É sempre muito reservada em assuntos do coração... nem os “deixa dji frescura, minina” da Andreia lhe soltam a língua.
A Andreia esteve a por-nos a par das ultimas novidades acerca do seu novo namorado que já está em vias de o deixar de ser porque aparentemente geme como uma gaja na cama e ela tem de fazer um esforço enorme para não se desatar a rir, o que não a deixa concentrar-se em condições.
Ai.. os 25 anos não me vão deixar saudades, tiveram uns meses lixados, mas foi um bom ano. Um ano de andar para a frente.
Que venham agora os 26 que eu cá estou para ver o que me reservam.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Em casa dos papás

De volta à terrinha.
A minha mãe parece que não me vê à 2 meses. Anda de volta de mim a perguntar se eu preciso de alguma coisa, se estou com fome, se quero que me traga alguma coisa. È o que eu digo.. quanto mais longe eu estou mais eles gostam de mim. A distancia faz maravilhas pelo meu relacionamento com os meus pais.
Todos querem saber como me estou a dar, se tenho muito frio lá para cima, se não estou a chatear a Madalena.
Estou muito bem, obrigada. Não tenho tido frio porque a casa é bem mais quentinha do que o meu antigo apartamento. Acho que não estou a chatear a Madalena até porque durante a semana mal lhe meto os olhos em cima. Além disso depois de tanta conversa acerca de ser uma casa muito grande só para ela e que gostava de me lá ter e “tem algum jeito ires alugar casa com tanto espaço aqui” eu vou partir do pressuposto que não, não estou a chatear.
A minha mãe deve achar que lá para cima não há hipermercados porque me preparou cinco (sim, cinco!) tupperwares de comida para eu levar amanhã.
Hoje há jantar cá em casa com a famelga toda para celebrar antecipadamente o meu aniversário e amanhã de manhã volto para perto do berço da nação com a Andreia, a Sandra, o Fábio e o Marco a reboque para irem todos conhecer o palácio e celebrar esse dia tão especial para o mundo que é o dia 1 de Novembro.
Os meus 26 anos parecem-me promissores.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

4º dia

É oficial, acabei as arrumações. Descobri que trouxe um saco de lixo a passear. Pormenores.
Fui às compras sozinha (um pequeno passo para a humanidade mas um salto em comprimento de 4 metros para mim) e atulhei a cozinha de porcarias para o jantar de sábado.
Fui ao escritório onde vou trabalhar conhecer as pessoas e falar um bocadinho com o Sr. Cardoso. Parece-me um ambiente calmo e profissional e fiquei muito bem impressionada. Vou começar na segunda-feira.
Vegetei em frente à televisão durante grande parte da tarde.
A minha vida tem sido uma animação.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

2º dia

Hoje andei a tirar ervas daninhas da estufa!
Sim, eu vivo numa casa com uma estufa, estou feita uma lady! Uma lady que enche as unhas de terra, mas uma lady!
As caixas já estão quase todas arrumadas e já não acordo desorientada sem saber onde é que estou.
Hoje fui eu que fiz o jantar e quase que não tive de perguntar onde estavam as coisas.
Estou quase em casa.

domingo, 26 de outubro de 2008

1º dia

Acordei e demorei uns minutos a perceber onde estava. A janela estava do lado certo da minha cama mas a secretária estava do lado contrário e... o sofá não era suposto estar ali, pois não? E as paredes não eram desta cor...
Depois de bater com a mão na testa em jeito de “és mesmo parvinha, oh Ana, não te lembras de andares a carregar com sacos e caixas durante todo o dia de ontem?”. Quando saltei da cama as perninhas deram logo indicação que tinham melhor memória que eu... qual ginásio, qual carapuça! Mudanças, meus senhores, duas mudanças por semana e eu andava ali na linha!
Ignorei os músculos doridos e abri a porta. No longo caminho até à casa de banho pensei de mim para mim que a casa onde eu vivia cabia toda naquela sala. Olhei de soslaio para as caixas encostadas à parede da cozinha à espera que eu as arrumasse.
É impressionante como nos empacotamos com tanta facilidade. Eu sou a soma de 4 ou 5 caixas de livros, 2 caixas de postais antigos, cartas e fotografias, 4 caixas e alguns sacos grandes de roupa e mais umas 15 caixas marcadas com um enigmático “vários”.
Enquanto andava na cozinha a cirandar em busca de qualquer coisa para trincar ouvi barulho no piso de cima, não demorou muito a aparecer uma Madalena muito ensonada a cambalear pelas escadas a baixo.
-Então? - arrastou ela na voz de quem ainda estava meio a dormir – Dormiste bem?
Puxou uma cadeira e sentou-se com a cabeça apoiada nas mãos.
Dormi. Claro que dormi bem. Estava morta de cansaço e fui para a cama molinha, molinha do duche quente que tinha tomado. Nem me lembro do que sonhei, tão ferrada estava no sono.
Descobri um pacote de bolachas e fui-me sentar ao pé dela.
Ficámos ali, um bocado em silencio. Ela de boca fechada do sono e eu de boca cheia de bolachas.
A minha vida deu uma volta jeitosa neste mês.

Morta

De rastos. Toda dorida. Com duas negras nas pernas nada glamorosas, mas feliz.
Apesar de sermos 7 a carregar com as caixas e os móveis escadas a baixo demorámos quase duas horas a meter tudo na carrinha. Descer e subir 3 andares dezenas de vezes é dose. É impressionante a quantidade de tralha que eu acumulei naquela casa…
A descarregar éramos só quatro mas não havia escadas para subir, o que facilitou a coisa.
Mesmo assim entre descarregar, montar móveis e arrumar algumas das caixas passaram-se umas 6 horas fora a viagem.
Estou a escrever isto na cama no meu quarto novo, podre de sono e sem querer pensar muito nas caixas e caixinhas que ainda tenho para arrumar amanhã.
Queria apenas dizer que já cá estou.

sábado, 25 de outubro de 2008

Em jeito de despedida

Depois de ter passado o dia a encaixotar coisas adormeci ao som de reboliço na casa ao lado.
Ontem estavam ainda mais animados do que o costume. Pelo que me apercebi tinham um filme a dar e estavam a tentar acompanhar a acção por isso além de os ouvir a eles ouvi também a banda sonora. Infelizmente não era dobrado em espanhol e não tive direito a nenhum “oh si carino”.
Para me despedir em beleza do piso inteiro passei a noite a sonhar que estava a despir o vizinho do outro lado com a namorada a ver.
Aquilo ao princípio pareceu-me um bocado estranho, mas a rapariga estava com ar de quem estava a achar piada por isso entretive-me a aproveitar-me do rapaz. Às tantas já era eu que estava a vê-los aos dois…
Infelizmente o despertador tocou. Agora estou à espera que cheguem os meus ajudantes de mudanças. Hoje vou de abalada para a minha nova morada.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A vidinha corre-me bem

Ora tinha eu chegado a casa com o meu bolinhas novinho em folha… pronto, novinho em folha nas minhas mãos quando toca o telefone.
- Arranjo-te trabalho aqui, se quiseres. E garanto-te que o patrão não se mete contigo!
Dois minutos depois recebo uma mensagem do part-time a convidar-me para jantar.
Tradução, no mesmo dia passei a ter carro, trabalho e ainda dei uma queca no sofá de sala.
O meu bolinhas é um Opel em segunda mão todo catita.
Vou trabalhar como secretária num escritório de advogados em que o patrão, além de me ter parecido extremamente simpático ao telefone, não tem o mínimo interesse em mamas, abençoadinho.
Fui jantar uma bela massa carbonara com alguém que tem muito interesse em mamas em geral e nas minhas em particular e acabei a noite a comprovar isso mesmo em cima dele no sofá.
A vida corre-me bem.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Oh… a vergonha

Divirto-me imenso a observar as pessoas que compram preservativos no supermercado. São hilariantes as técnicas utilizadas para esconder a caixinha. Ora vai entalada entre outras duas embalagens, ora vai dentro do casaco ora enfiada no fundo do carrinho e soterrada em compras.
As senhoras das caixas também têm reacções interessantes.
Lembro-me de uma em particular que me perguntou se eu queria que ela embrulhasse a caixa e que ficou com um ar levemente chocado quando eu simplesmente respondi que não valia a pena porque não era para oferecer…

sábado, 18 de outubro de 2008

Eu vou é dedicar-me aos filmes xxx

Hoje sonhei que estava a ver porno. Sim, leram bem, sonhei que estava sentada na minha mesa da sala a olhar para o computador e a ver porno.
E foi um sonho profundamente realista porque o que estava a ver era rasco até dizer chega.
É triste que até em sonhos eu tenha dificuldade em arranjar porno decente…

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

De volta a casa

Eu saio de casa uma semanita, uma mísera semanita e o jeitoso do 3º Direito arranja namorada.
Não tivesse eu a preparar-me para mudar de casa e ia ficar ofendida. Lá se vão os meus flirts de vão de escada, pá… Não me parece bem!
Felizmente os vizinhos do 3º Esquerdo não me querem dar desgostos e continuam os mesmos de sempre, com direito a “ah, cabra!” às duas da matina e tudo.

sábado, 11 de outubro de 2008

Em directo

- O que é que estás para aí a escrevinhar? – pergunta ela desviando o olhar da televisão.
Eu rio-me e digo uma meia verdade. É um texto para um blog. Não digo que tipo de texto nem de que blog se trata.
-Tu e os blogs. Eu não tinha paciência.
Levanta-se para ir buscar um pacote de amendoins e quando volta olha para mim com um ar intrigado.
-Mas tu escreves sobre o quê?
Respondo que neste momento estou a escrever acerca do que ela me estava a perguntar. Ela senta-se e carrega no play. E eu penso de mim para mim que se ela gostasse de blogs eu estava bem lixada e ia ter umas explicações interessantes a dar…

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Oh… que bom é não fazer nada!

Manhãs na cama, tardes de passeio e noites de conversa à lareira. Há lá coisa melhor para levantar a moral?
A Madalena tem sido fantástica. Além de me deixar usar a casa como “retiro espiritual” como está assim a modos como quase de férias tem-me feito muita companhia e tem-me ajudado a organizar as coisas na minha cabeça.
Já decidi que está na altura de mudar um bocadinho de ares e por isso vou procurar trabalho fora da terrinha. Já pedi ao Miguel para me avisar se souber de alguma coisa lá para Lisboa e já andei na Internet a cuscar o que há por aí.
Para poder andar para trás e para a frente vou pegar em parte do dinheiro que recebi e vou comprar um carrinho em segunda mão.
Já telefonei à minha senhoria a avisar que, embora não soubesse ao certo quando, ia deixar a casa e que se ela a quisesse mostrar a alguém enquanto eu ainda lá estou que esteja à vontade.
Lamento informar que as noites têm sido extremamente calmas sem sonhos menos próprios com a dona da casa o que me leva a pensar que eram mesmo saudades.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ana no campo

Como é que uma pessoa responsável lida com a pressão de ter toda a santa gente a perguntar-lhe o que vai fazer da vida agora que está desempregada?
Simples, pega no telefone, liga à amiga que vive mais longe dali e pergunta “posso ir visitar-te?”.
A isto não se chama fugir dos problemas… chama-se utilizar manobras evasivas na resolução de problemáticas.
Por isso cá estou eu, em terras nortenhas.
A viagem foi longa. Muito longa. Já me doía o rabo de estar sentada no banco do autocarro quando finalmente cheguei a Guimarães. Assim que desci os degraus ouvi logo um “ então, garota, o que é que aconteceu?”.
É uma das coisas importantes neste género de planos… há que ter a certeza que a pessoa a quem telefonamos a pedir guarida não nos vai dizer que não. Uma boa maneira de conseguir isso é dizer que se passou qualquer coisa mas não dizer o quê e rematar com um inocente “eu depois conto-te tudo quando aí estiver”. A curiosidade alheia é uma arma poderosa.
Lá contei tudo, todos os pormenores com muitos “ah grande gaja” pelo meio.
E pronto… vim finalmente conhecer a casa da Madalena.
Sim, dessa Madalena.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ana faz chantagem no escritório

Eu sou uma rapariga bem comportada. Digo obrigado e se faz favor. Dou o meu lugar às velhinhas no autocarro. Reciclo e trato bem os animais.
Normalmente não levanto problemas.
Não faço ondas.
Não reclamo.
Por isso percebo que tenha ficado surpreendido quando me viu entrar no escritório à hora de almoço. Percebo que tenha ficado até chocado quando me ouviu subir levemente o tom de voz. Percebo até que apesar de saber que tinha feito merda quando me apalpou o rabo horas antes não estivesse à espera que o metesse entre a espada e a parede daquela forma.
Quando naquela manhã o senti a entrar na sala das fotocópias e encostar-se a mim com a desculpa de que tinha de chegar aos papeis pensei em berrar alto e bom som que ele era um velho pervertido e que ia fazer queixa e tudo e tudo. Pensei em armar uma daquelas barracas bem grandes… mas quando senti a mão dele no meu rabo parei. Fechei a boca, dei meia volta e nem lhe disse nada.
Fui para a minha secretária e arrumei as coisas. Imprimi a listagem de clientes e arrumei-a na minha mala. Sentei-me e esperei que os meus colegas saíssem para almoçar.
Entrei no escritório e perguntei-lhe o que é que ele preferia… despedir-me e deixar-me seguir com a minha vidinha ou se era preciso eu despedir-me e explicar a toda a gente, incluindo todos os clientes da empresa, aos meus pais, à mulher e à filha dele a razão pela qual me tinha visto obrigada a abandonar assim o meu emprego.
Vi-o a engolir em seco e quando ele abriu a boca para argumentar tirei o telemóvel da mala e perguntei-lhe se ele preferia que eu começasse pelo meu pai, seu amigo de longa data ou pela filha dele, que tinha quase a minha idade.
Ainda tive de ouvir um pedido de desculpa manhoso e uma referência à saúde da mulher. Entrou a 100, saiu a 200.
Saí de lá com a carta de despedimento assinada e carimbada.
Acabou-se. Finalmente.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ana vai à casa de banho

Não estejam já a fazer cara feia que não vos vou fazer uma descrição pormenorizada das minhas actividades na sanita. Tenho a certeza que encontrarão outros blogs dedicados a isso, alguns com fotos e tudo!
Não… vou apenas partilhar convosco um momento surreal numa casa de banho pública.
Depois de esperar em fila por uma casa de banho vaga a minha entrada no cubículo foi interrompida pela senhora que o tinha acabado de usar.
-Desculpe – perguntou ela com um ar intrigado – vai usar a casa de banho?
Ainda pensei em dizer-lhe que não, que tinha estado à espera apenas para admirar a sanita, mas lá me saiu um “sim” meio confuso.
-Ahhhh… - gaguejou ela com ar de quem tinha ficado desapontado com a resposta – Então deixe-me ir puxar o autoclismo.
E lá foi ela…

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ana vai às compras

Eram novinhos, não deviam ter mais de 20 anitos e tinham aquele ar de quem tinha começado a namorar à 5 minutos. Paravam a cada dez passos para se beijarem como se nada mais existisse.
Passei por eles no corredor do pão, das coisas da casa de banho e dos refrigerantes. Vi os olhares desaprovadores de quem passava por eles e tive pena daquela gente que se esqueceu como é bom estar apaixonado.
Na caixa, enquanto pagava reparei que uma senhora bem arranjada, dos seus 40 e tal anos, fez um comentário maldoso acerca da falta de respeito dos jovens… a verdade é que os dois pombinhos foram os únicos a reparar que no final da fila estava uma senhora com um bebé ao colo e se ofereceram para a deixar passar à frente enquanto os outros “adultos responsáveis” se esforçavam por a ignorar.
Não há pachorra para tanta dor de cotovelo…
E para mim, que andava tão entretida com o casalinho que me esqueci de comprar o milho para a salada…

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sai uma Madalena para a mesa do canto

-O que é que estás aqui a fazer?
- Está a chover torrencialmente – disse-me ela enquanto me pingava o chão da sala. Pela janela vi um dia lindo de sol mas não estranhei as gotas grossas que lhe caiam do cabelo.
Tirou o casaco ensopado e pousou-o na cadeira. Descalçou-se e pediu-me uma toalha.
Fui buscar a toalha à cozinha e quando voltei ela estava a tirar a camisola. Parei e pensei em voltar para trás num súbito ataque de decência mas os meus pés recusavam-se a mover-se para a frente ou para trás.
Como se se tivesse a sentir observada ela virou-se e olhou para mim. Afastou um cabelo que se colava teimosamente à sua testa e disse-me que eu também me devia despir porque ainda apanhava uma constipação. Eu não estava molhada… nem sequer tinha saído de casa mas achei que não devia contrariá-la.
Entrei no quarto para ir buscar roupa para as duas mas as gavetas estavam todas cheias de água.
Ela entrou, de soutien e calças já meio desapertadas e espreitou por cima do meu ombro para dentro dos aquários que eram as minhas gavetas.
Ora… mobília inundada e uma Madalena semi-despida são duas coisas claramente indicativas de que estava a sonhar, mas na altura tudo me pareceu absolutamente normal.
-Não faz mal – e encolheu os ombros com indiferença - de qualquer forma na cama não chove.
Voltei a fechar as gavetas com cuidado para não entornar a água para o chão e estendi-lhe a toalha.
Ela limpou-se e depois meteu-me a toalha pelas costas, apesar de eu estar completamente seca e vestida. Ficou ali alguns segundos à minha frente enquanto eu fazia um esforço enorme para olhar para o tecto e para as paredes… para qualquer lado menos para a mulher semi-nua que estava à minha frente.
Ela pegou-me na mão e dirigiu-se para a cama.
“Não te vais deitar com essa roupa assim, pois não”- perguntou ela enquanto se enfiava entre os lençóis.
E depois já não estávamos no meu quarto mas na sala novamente e eu já só tinha a toalha enrolada à minha volta e ela estava inclinada a olhar pela janela.
A luz que entrava fazia brilhar as pequenas gotas de água que ainda se agarravam à sua pele e ela estava ainda mais bonita. Olhou para mim e tive a nítida sensação de que ela sabia o que eu estava a pensar. Endireitou-se e veio até mim. Parou à minha frente, a dois passos e ficou quieta. Era impossível não olhar para ela. Não consegui impedir que os meus olhos escorregassem do seu rosto para o seu pescoço e continuassem a descer.
Ela deu um passo em frente.
O meu coração estava a bater tão depressa que comecei a sentir-me levemente tonta.
Ela deu outro passo em frente.
Estava praticamente colada a mim e eu tinha os olhos pregados ao chão. Achei que se olhasse para ela naquele momento era impossível ela não saber que a queria. Queria toca-la, sentir-lhe a suavidade da pele, o contorno dos seios.
Senti a mão dela agarrar a minha. Puxou-me um bocadinho e fiquei mesmo encostada a ela. Era impossível ela não sentir o meu coração que parecia querer sair do meu peito.
Com um puxão decidido atirou a toalha para o chão e fez-me uma festa no ombro que escorreu pelo meu braço deixando-me completamente arrepiada. Enlaçou os dedos nos meus e deu-me um beijo quente na bochecha. Susti a respiração e perdi-me na sensação de a ter tão perto.
Agarrou-me a cara e fez-me olhar para ela. Tentei desviar o olhar mas ela disse-me baixinho “olha para mim”.
Quando os nossos lábios se tocaram estremeci… senti-me leve demais para me aguentar em pé, leve demais para existir ali e que a única coisa que me prendia àquela realidade era ela.
Ela desceu as mãos da minha cara para o meu pescoço, depois para os meus ombros e quando me tocou ao de leve na mama direita enquanto me puxava pela cintura encostando-se completamente a mim não consegui evitar o suspiro de prazer que se escapuliu dos meus lábios.
Ela riu-se e voltou a beijar-me.
A língua dela na minha boca despiu-me de toda a vergonha que sentia e passeei as mãos pela frescura da sua pele.
Tropeçamos até ao sofá e quando ela se deitou em cima de mim…
Levantei-me de repente, de respiração acelerada e coração a bater descompassadamente.
Olhei para o relógio e passava pouco das seis da manhã. Tentei acalmar-me mas parecia-me que ainda lhe sentia o quente dos lábios nos meus. Foram precisos vários minutos para me convencer de que estava sozinha no meu quarto… e quer-me cá parecer que fiquei levemente desapontada.
Oh santa pipoca… os meus sonhos andam a subir significativamente de interesse mas começam a deixar-me um bocadinho desaustinada…

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Andreia, no seu melhor

No Messenger, às três da manhã:
- Então se uma gaja casada tiver dois amantes está a meter dois pares de cornos ao marido ou as armações são divididas entre o oficial e os dois amantes?
- Estás a perguntar se ela está só a trair o marido com outros dois ou se está a trair o marido com dois e cada um dos amantes com o outro?
-Sim.
- Bom, acho que pela perspectiva da história do ladrão ela não está a trair ninguém.
- Explica lá como se eu tivesse quatro anos.
- Então.. tanto é ladrão o que vai à vinha como o que fica à porta a guardar e ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Assim sendo tanto trai a mulher como o amante que sabe que ela é casada. Assim, ao arranjar um segundo amante está a trair um traidor, passando a ter direito aos tais 100 anos de perdão que fazem com que possa andar a rebolar com os três sem por em causa a santidade da sua alma imortal.
- Tu arranjas sempre umas maneiras retorcidas para justificar a promiscuidade alheia.
-É um dom. É que repara, segundo esta perspectiva quantos mais ela andar a comer mais santinha é porque os 100 anos de perdão são cumulativos.
-Tipo pontos na Galp…
-Sim, mas para te acumularem os pontos na Galp quando te passam o cartão na ranhura é de uma forma literal e neste caso é apenas uma analogia para qualquer actividade badalhoca.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A meio da noite

Havia ali qualquer coisa que não batia certo, pensei eu enquanto metade do cérebro acordava e a outra continuava a dormir. Uma sensação de calor que vinha do meio das minhas pernas (não era dos joelhos, oh gentes, era do outro meio das pernas).
Com uma curiosidade quase científica enfiei a mão nas cuecas e confirmei o que já desconfiava… estava completamente molhada. Sentia-me quente, húmida, palpitante. Apetecia-me tocar-me, roçar-me nos lençóis, apertar entre as pernas a almofada.
Tentei lembrar-me do que tinha estado a sonhar, mas foi em vão. O que quer que tenha sido foi bom, de certeza.
Ainda na penumbra estiquei o braço e procurei na minha gaveta a bullet.
Virei-me de barriga para baixo e entalei-a entre mim e a almofada.
Como eu estava não demorei a satisfazer os apetites de forma eficaz.
Depois dormi muito mais descansada.. aliás, hoje de manhã ainda fiquei na dúvida se tinha sonhado, mas tinha as provas do crime ao lado da cama…

domingo, 17 de agosto de 2008

...

- O que é que ainda aí estás a fazer?
A Madalena tem um dom natural para ouvir os nossos problemas e apresentá-los de uma forma em que tudo parece muito mais simples, talvez por isso tenha sido a primeira pessoa a quem contei o que se passava lá no trabalho.
O meu patrão é um amigo de família e sempre tive algumas problemáticas com a mania que ele tem de se enrolar às claras com moças do escritório sabendo perfeitamente que eu estou habitualmente com a mulher dele… mas como eles levam a sua vidinha não era da minha conta… Pelo menos até a Clara se ter ido embora no final de Abril.
A idade já lhe deve pesar no juízo, só pode, porque quando se viu sem o brinquedo do costume lembrou-se de começar a mandar bocas e indirectas na minha direcção.
De há umas semanas para cá passou dos piropos a roçar o ofensivo para uma abordagem mais “mão na massa” …
Já trabalho lá há alguns anos e sempre pensei ser imune a essas porcarias por ser filha de um amigo de longa data… aparentemente isso agora é irrelevante.
Fosse em qualquer outro lado eu já me tinha vindo embora há que tempos mas assim há toda a problemática de explicar porque é que me despedi e ainda me arrisco a que as coisas cheguem ao ouvidos da D. Luísa que não está em condições para lidar com as merdas do marido.
Ontem passou todos os limites e na mesa de reuniões passou-me a mão pela perna. Quando os outros se foram embora disse-lhe directamente que não achava piada nenhuma às liberdades que ele estava a ter comigo e que não lhe admitia mais comportamentos daqueles.
Riu-se e atirou-me um “então, Aninhas…” condescendente e saiu do escritório a rir-se, o porco.
Por sorte ou por azar exactamente nessa altura tocou o meu telemóvel. Ainda do outro lado a Madalena não tinha acabado de dizer “então?” já me tinham saltado as lágrimas de fúria. Detesto ser assim… salta-me a tampa e abro logo as comportas da barragem.
- Só te fazia bem começares a procurar outra coisa. – insistiu ela do outro lado da linha.
Eu sei. Eu sei isto tudo, todas as razões e argumentos.. mas como vou eu explicar a mudança de emprego.
Chateia-me solenemente que me andem a encher um blog que almeja um dia vir a ser pseudo-semi.porno com estas parvoíces.

domingo, 10 de agosto de 2008

Apalpar ou não apalpar...

-Não, não é bem assim… depende muito! – disse a Andreia de boca cheia. – Se for só apalpar as mamas por apalpar as mamas também não me sabe a nada, mas se o estiver a fazer para espicaçar alguém, aí já me excita.
- Mas então não são as tuas mãos a apalparem-te que te excita… é a reacção do gajo aos teus apalpanços que te dá pica – retorquiu o Fábio.
- Não, se são as minhas mãos que me sabem bem não é só uma resposta à reacção do gajo!
- Mas quando estás sozinha, eu estou a perguntar quando estás sozinha – disse eu tentando levar o debate novamente para o ponto de partida e obter a resposta à minha pergunta inicial.
-Eu quando estou sozinha nem apalpões nas mamas nem nada… se não houver alguma coisa externa que me excite não vale a pena andar a mexer onde quer que seja que não vou a lado nenhum – sussurrou a Sandra, quase como se tivesse a contar um segredo.
- Quando estou sozinha não me meto a apalpar as mamas, não. Concentro-me mais a sul, efectivamente. – disse a Andreia enquanto se esticava para apanhar mais uma tosta.
- Nós somos muito menos complicados de pôr a funcionar. – suspirou o Fábio.
- Vocês têm o material muito mais acessível! O nosso vem escondido… a maior parte de nós demora anos a descobrir o brinquedo e mais outro tanto tempo a perceber ao certo como é que funciona. Não é? – defendi-me eu, olhando para as outras duas gajas sentadas na mesa em busca de um olhar de confirmação.
-Sim, é verdade – anuiu a Sandra, o habitual rubor nas faces.
-Não… eu desde muito pequenita que andava por lá a mexer… Mas há muitas gajas com quem falo que também foram mais lentas. No entanto nas mamas estamos de acordo, sozinha não me dá tesão andar para ali a apertar os bicos como se estivesse a tentar sintonizar a rádio renascença… - atirou para o ar a Andreia.
E foi com esta pérola que concluímos o nosso debate.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sim, na banheira

“Não pares. Mais!”
Abri um olho.
“Tens um cu tão bom!”
Abri o outro olho.
“ Força, mais, não pares!”
Olhei para o relógio e enfiei a cabeça debaixo dos cobertores. 8 da manhã de um sábado é cedo demais para ouvir a foda alheia.
“Isso, aí, não pares, não pares!”
Fiz um esforço mental para me lembrar da minha última queca. Seria possível que já tivesse passado mais de um mês?
“És tão boa, és tão boa!”
Ponderei ligar ao part-time só para fazer reset ao contador, mas achei a ideia deprimente.
“Isso.. fode-me! Sim!”
Os meus vizinhos não partilhavam o meu estado de espírito sombrio e o ranger da cama do outro lado da parede era prova mais que suficiente.
Levantei-me e cambaleei para a casa de banho. Um banho demorado deveria dar-lhes tempo para terminarem a sessão de reboliço.
Deixei cair o pijama no chão e olhei-me ao espelho. Tentei não cair na tentação de me prender nas minhas inseguranças. Todos devíamos aprender a olhar para o espelho sem procurar imperfeições e falhas, é uma perda de tempo. Sei perfeitamente que podia ser alta, loura e escultural e mesmo assim iria obcecar com aquele sinal na cara ou aquela marca na barriga.
Procurei então uma parte que me agradasse e concentrei-me nela. Qualquer autora de um daqueles livros de auto-ajuda ficaria orgulhosa de mim naquele momento.
Passei as mãos pelos ombros e desci até às minhas mamas. Apalpei-as devagarinho e mais uma vez me perguntei a mim mesma se seria problema meu… nos filmes porno elas fartam-se de apertar as mamas… eu não sinto absolutamente nada. É como cócegas… simplesmente não consigo fazer cócegas a mim mesma.
Pelo canto do olho vi que a banheira estava quase cheia.
Deslizei para dentro de água e senti um arrepio de prazer quando a minha pele aqueceu. Ao longe ainda ouvia uns murmúrios dos vizinhos mas já não me incomodavam. Apurei o ouvido, parecia-me que ela estava quase a vir-se.
Os sons… acho que gosto mais de ouvir do que ver. Quando vejo porno excita-me muito mais o que ouço do que o que vejo, talvez por isso não ache grande piada à maior parte dos filmes em que a gaja começa com os “ai, ai, ai” no início, continua no meio e vira o disco e toca o mesmo no fim.
A minha vizinha do lado não sofre do sindroma de actriz porno. Ela tem um grande repertório sonoro e aqueles gemidos ao longe lá me acordaram de vez.
Gosto de me masturbar na banheira. Gosto da sensação de estar imersa em calor e sentir na pele as carícias da água enquanto me mexo. Gosto de ficar de molho meio sonolenta depois de me vir. Gosto de me sentir aconchegada.
A mão escorregou naturalmente para entre as minhas pernas. Não me apetecia nada demasiado intenso, por isso limitei-me a fazer uma leve pressão entanto apertava as pernas e baloiçava as ancas.
Estive assim, devagarinho a sentir-me com calma. Fechei os olhos e imaginei o que se passava na casa ao lado e apertei as pernas com um pouco mais força. Continuei até me vir, um orgasmo pequenino e sonolento que me soube muito bem.

sábado, 28 de junho de 2008

E chove...

Lá fora pinga. Uma chuva miudinha que nem aquece nem arrefece, apenas incomoda quem apressadamente passa na rua.
Cheguei cansada a casa. Moída. Saturada.
Farta de indirectas. Farta de chamadas fora do meu horário. Farta de ter de confirmar se há sempre mais alguém no escritório para evitar chatices. Farta.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ana e as amigas

Eram sete da tarde daquela sexta feira sombria... quase sombria. Pronto, estava sol e calor, vá larguem-me a porta, picuinhas!
Eram sete da tarde, estava eu a dizer, e a Anocas esperava na esquina do costume. Desde as seis e meia que não havia ninguém que a abordasse e a ultima pessoa a fazê-lo apenas queria indicações de como chegar à praça de touros.
Um relance nervoso ao relógio do telemóvel mostra que o ponteiro já passa um bocadinho das sete.
Finalmente um carro para e abrem a janela.
-Oh menina, é quanto para fazer o serviço a três raparigas jeitosas?
Dentro do carro 3 pares de olhos fitam-na, expectantes.
A Aninhas aproxima-se da janela, alisa a saia e diz com o seu ar mais dengoso:
- Oh minhas ranhosas, não sabias mandar uma mensagem a dizer que estavam atrasadas? Estou aqui de pé desde as seis e vinte, já me doem as pernas. Andreia Felizmina e esse telemóvel é assim, para estar desligado, sua desgraçada.
E foi assim que começou o fim de semana.
Aproveitando uma visita (coisa rara) da Madalena cá à terrinha e o aniversário da tresloucada combinámos fazer um fim de semana de gajas... mas a Sandra tinha planos para Domingo por isso combinámos fazer uma sexta e um Sábado de gajas... mas a Andreia tinha de ir ver a tia a cascos de rolha no Sábado à tarde por isso combinámos uma sexta e um sábado de manhã de gajas. Foi o que se arranjou.
Telefonema para a telepiza, muita má lingua e por volta das 11 da noite a conversa começou a descer de nível e a subir de interesse. Quem deu a primeira machadada foi, como é óbvio, a Andreia que entre uma bolacha e outra atira para o ar um "ontem convenci o Bruno a fazer uma sessão fotográfica para me oferecer nos anos.".
Então aparentemente lá convenceu o moço a fazer um strip tease enquanto ela tirava fotos como se não houvesse amanhã. Depois passou-lhe a máquina para as mãos e disse-lhe que escolhesse a que mais o favorecia e lha desse em tamanho A3.
Nesta altura já estávamos todas a rir a imaginar a cara do rapaz a ir ao Office fazer a impressão da foto.
A Sandra, para nosso espanto, que ela tem aquele ar de quem não parte um prato, confessou que tinha feito uma coisa semelhante para dar ao Fábio, mas que tinha "tratado de tudo em casa" e que ele estava proibido de alguma vez mostrar a foto ao mundo.
A Madalena que anda de máquina atrás para todo o lado fugiu ao "então e tu?" com um enigmático "isso agora...".
Eu lá expliquei que não me dou nada bem com máquinas fotográficas. Não gosto de tirar fotos, fico sempre com ar que quem está a rosnar. Não é bonito de se ver... Isto mereceu um amigável "oh que disparate, tenho eu de te tirar umas fotos um dia destes para te passar essa mania" por parte da Madalena.
Completamente inocente, ri-me e nem pensei duas vezes naquilo, continuámos na palheta até às tantas.
Como é óbvio o meu subconsciente achou piada à ideia e quando me fui deitar já passava das 4 da matina, lá se divertiu ele com uma sessão fotográfica.
Começou oh-tão-inocentemente... mas é um sonho meu, não estavam à espera que se fossem tirar umas fotografias tipo passe, pois não?
É que nem cinco minutos tinham passado já ela me dizia para eu tirar a camisola. Perante a minha relutância pousou a máquina e veio ao pé de mim. Fez-me uma festa no cabelo e puxou a camisola sobre a minha cabeça deixando-me completamente nua. Sim, eu estava completamente vestida e depois de tirar a camisola fiquei completamente nua. E sim, nestes sonhos eu sou uma dada e salto da roupa que é um instante.
Voltou a pegar na máquina e tirou meia dúzia de fotografias enquanto eu procurava um buraquinho para me enfiar. "Estás envergonhada porquê?", perguntou sentando-se ao meu lado? E zás, lá me dá um daqueles beijos que eu já começo a conhecer muito bem.
Acordei um bocado sobressaltada e olhei para o relógio. Já devia estar vestida e a sair da porta para ir ter com elas.
Passei a manhã toda de Sábado a tentar não me desatar a rir quando olhava para a Madalena...
Ai senhores, para o que me havia de dar, hum...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Oh Rosa arredonda a saia

Lembro-me de ser garota e a minha avó cantar-me esta e outras canções. Algumas até menos próprias para uma miúda de tão tenra idade.
Há varias canções com saias. Também há a saia da Carolina que tinha um lagarto pintado.
A saia da Ana hoje não tinha nem lagarto pintado nem dava para rodopiar por aí além, mas tinha teimosia suficiente para se prender ao degrau do autocarro e presentear-me com um inicio de dia digno de uma segunda feira.
Entrei mal humorada no escritório e dei de caras com a minha máquina do chá avariada. Como é que era suposto eu iniciar o dia sem o meu chá de limão? Como?
Há hora de almoço esqueci-me da carteira em cima da secretária e a neura já era tal que em vez de almoçar fui passear, ver as montras, rezar para se cruzar comigo alguém de má indole que merecesse um bom pontapé nas canelas.
Da parte da tarde entupi a fotocopiadora até às orelhas e já dizia mal da minha vida.
Pouco antes da hora de saída reuniram-se todos à volta da minha secretária para chá e bolinhos de despedida da Clara.
Chá não havia porque a máquina não se tinha arranjado sozinha.
Bolos eram suposto serem trazidos pelo patrão que oh, espanto, pasmo, ainda não tinha metido os pés no escritório desde a hora do almoço.
Depois de um dia assim quem é que tem pachorra para fazer o que quer que seja?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Não consigo dizer Mafaganhos

Engasgo-me toda... mafa.. magafa.. nunca sai como deve ser ser!
Outra coisa que eu nunca consigo dizer é que não à minha irmã quando me pede, com olhinhos de carneirinho mal morto: "Aninhas... ficas-me com a bichinha no fim de semana, não ficas?".
Sim, fico!
Vamos as duas enroscar-nos no edredon, ligar o cobertor eléctrico e encostar o ouvido à parede que os meus vizinhos andam com a pica toda!
Já me estou a imaginar a querer dormir e a cadela a passar a noite toda a ganir baixinho porque os dois passam a noite em acrobacias.
Ontem dizia-lhe ela a ele "mete com força, por favor, mete-o todo com força que eu estou que nem posso". Tive inveja! Eu não sou capaz de ser assim eloquente... eu gemo, digo meias palavras mas normalmente estou demasiado perdida para fazer pedidos educados e com as silabas todas.
Normalmente o que me sai é algo do tipo " ohhhh" e "ahhhh" ou um mais poliglota "fuck" que se me escapa por entre os lábios sem que me aperceba que deveria ir acompanhado de um "me, please" ou de um "me harder, please" para espelhar a minha boa educação.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Hoje é dia de festa

Faz hoje um ano que eu passei a viver sozinha. Dia 1 de Fevereiro de 2007 mudei-me para a minha casinha definitivamente após quase meio mês de mudanças e arrumações e montagem de móveis que pareciam nunca querer ficar direitos e procura de candeeiros que não tivessem ar de lanterna japonesa mas que não custassem os olhos da cara (ou qualquer outro olho, já agora..).
Hoje é dia de festa cá em casa.
Toda a gente que ajudou a carregar com sacos, malas, caixas e baldes de aspecto duvidoso cá para cima tem direito a um jantarinho.
Decidi não me armar em espertinha e não me meter na cozinha durante horas porque experiência passada já me ensinou que depois passo mais de metade do tempo agarrada ao fogão em vez de estar em alegre convívio. Hoje vai haver frango e pizza na mesa e cada um come o que quiser agarrado ao belo do guardanapo. E os copos só não são descartáveis porque eu tenho uma costela de ambientalista!
Após um ano de "minha casa, meu castelo" posso dizer que foi das melhores coisas que fiz. Não só ganhei uma independência que pura e simplesmente não se consegue ter debaixo do tecto dos papás (e não me estou apenas a referir a poder fazer barulho quando mando uma queca...) como passei a ter um relacionamento mais ameno e agradável com os meus pais e uma relação de maior cumplicidade com a minha irmã. Aparentemente eu sou tão querida que eles gostam muito mais de mim longe!
É verdade.. antes o ordenado não tinha contas para pagar e dava para poupar mais do que metade e ainda esbanjar o resto em coisas importantes como sapatos e brincos. Agora metade vai logo para a renda e para as contas da casa e as saídas e os mimos têm de ser muito bem controlados se quero que sobrem uns euritos ao fim do mês para enfiar no banco, mas não trocava uma situação pela outra.
E assim chego ao primeiro ponto da minha lista de 7 coisas sem as quais eu não conseguia viver (foi a Adore que me colou esta na testa):

- A minha casa e o meu espaço
- Uma banheira para tomar longos banhos de imersão (eu sei, até me doi a costeleta ambientalista de que falava à pouco... mas eu gosto tanto de banhos)
- Amigos e amigos, mas principalmente os Amigos.
-Riso (vou ficar com a cara toda enrugada e não me importo)
-Sexo (não necessáriamente sexo... acho que conseguia viver sem sexo própriamente dito, mas algum tipo de escape para a energia sexual, nem que seja umas festinhas lá em baixo e uns beijinhos)
-Comida (acham que esta forma redonda se mantém com bolachinhas de água e sal???)
- O meu computador e a minha ligação ao mundo.

Sim, e paz no mundo e saúdinha para os que amo e essas coisas todas...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ana armada em pita do Hi5

Nem mais, nem menos!
Passei a tarde de sábado a embonecar-me porque tinha jantar combinado com o meu part-time. Ainda não eram seis horas já eu estava na banheira a tomar um banho perfumado com sais de banho que não cheiram a nada mas que metem a água roxa. Máscara de pêssego na cara, máscara hidratante no cabelo... enfim, naquelas figuras que nós mulheres fazemos quando os meninos não estão a ver.
Depois do banho há que passar creme pelo corpo todo com especial ênfase nas pernas para ficarem bem macias e perfumar ao de leve as dobrinhas. É um truque fantástico: se metermos perfume na pele pouco antes de sair, o pobre coitado que nos der uma beijoca no pescoço como amistoso "olá" pode ter o azar de ficar com a boca amarga. Se metermos um bocadinho de perfume nas "dobrinhas" (por trás do joelho, na parte de dentro do cotovelo, no pescoço) algumas horas antes de haver a possibilidade de andarem línguas a passear por lá o aroma fica e o sabor desaparece.
Toca a preparar o penteado.... encaracolado, liso.. ai a dúvida. Desta vez ficou liso para variar.
A roupa já estava escolhida: meia de liga preta, saia preta, corpete preto com camisola bordeaux e sapato de salto alto. Só pelos sapatos dava logo para ver que eu estava a pedir festa: salto alto e fininho, era óbvio que eu não estava a contar ficar numa posição vertical por muito tempo... duas horas, no máximo!
Ora eu até sou uma rapariga despachada e mesmo com os rituais todos estava pronta às sete e meia e o rapaz só chegava às oito.
-Hum - pensou a Ana - o que é que eu vou fazer durante meia hora que não me despenteie nem estrague as unhas? Ah! Já sei! Vou ler aquele livrito que está ali em cima... Olha, é o manual da máquina fotográfica. Ena, que giro, a máquina dá para tirar fotos a preto e branco! Deixa-me cá experimentar...
Sentei-me no sofá e flash para aqui, flash para ali quando de repente fui possuída pelo espírito de uma pita do hi5. Sabem... aquelas raparigas que metem fotos de poses sexys em frente ao guarda vestidos do quarto ou com o bikini novo em frente à máquina de lavar roupa com o skip ao lado?
O medo, o terror, o apagar as fotos para que nunca sejam utilizadas como forma de chantagem quando eu for rica e famosa.
Às oito a campainha tocou e eu arrumei a máquina fotografia e voltei à minha sanidade mental habitual.
Assim que abri a porta e olhei para o menino soube logo que ele também vinha com ideias menos castas. Não foi pela roupa que trazia nem pelo sorriso guloso com que presenteou... foi mesmo pelo saco da churrasqueira que trazia na mão. Devem pensar que eu caio na historieta do "ai e tal, está frio e pensei que fosse mais agradável jantar aqui em vez de irmos jantar fora".
Sim.. podia ter-me trazido flores mas trouxe-me frango. O gajo conhece-me os pontos fracos... :)

Ana e a partilha dos brinquedos

Cavalheiros do meu blog... necessito da vossa ajuda.
Há algo que me atormenta... algo que me pesa na alma.
Já aqui falei no meu amigo colorido que me dá umas quecas saborosas de vez em quando para me preservar a sanidade mental.
A minha problemática é a seguinte: eu gostava de fazer umas experiências a dois com alguns dos brinquedos mas tenho um certo receio de abordar este assunto com ele.
É um rapazola muito bem disposto, de mente muito aberta e sem grandes inibições mas depois da experiência que tive com o meu ex-namorado tenho medo que ele ache que sou demasiado "tarada" se lhe mostrar os brinquedos.
Não me comecem já a chamar púdica, se faz favor! Lembrem-se que eu sou uma pobre coitadinha que saí à pouco tempo de uma relação onde o sexo no sofá era considerado uma loucura, ok?
A minha dúvida é... sendo ele um amigo estou a passar das marcas ao dizer-lhe "olha lá, moçoilo, hoje em vez de ir ao cinema apetecia-me que me enfiasses isto no cu.. mas com jeitinho!" enquanto lhe mostro o meu cristalito?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

De volta aos brinquedos

Começo já com o lubrificante maravilha. Não quero outro. Nunca mais volto a comprar outro lambuzante que não seja à base de silicone. É absolutamente fenomenal, estou maravilhada, se houvesse uma manifestação a favor deste lubrificante eu ia para lá de cartaz na mão.
Basta uma pequena gota para que tudo fique confortavelmente escorregadio, nunca fica pegajoso e, oh felicidade, resulta na perfeição debaixo de água. Não cheira, não sabe e não mancha, é como se nem estivesse lá. De 1 a 10 dou-lhe 23 e meio!
As anal beads e o dildo transparente foram comprados com o intuito de experimentar sensações novas, de ver se eu era gaja para gostar de brincadeira na porta dos fundos ou nem por isso.
A minha primeira experiência, infelizmente, foi com o dildo transparente. Digo infelizmente porque depois de ter brincado com o Crystal lover (tem um nome tão pomposo) as beads ainda só foram usadas duas vezes... uma para experimentar e outra porque estavam mesmo ali ao lado da banheira e eu já estava dentro do banho.
Santa pipoquinha... quando me deitei no sofá com o brinquedito e o super-lubrificanto eu não estava preparada para o que dali ia sair.
A única coisa que alguma vez foi enfiada no meu inocente rabiosque foi um dedo meu numa tentativa falhada de ver qual a sensação e na altura não gostei muito. Não tinha usado lubrificante e não senti prazer, apenas um leve desconforto.
Arranjei as almofadas, aproximei o meu fiel radiador para não ficar com frio e deixei cair as cuequinhas no chão. Era hora da brincadeira.
Peguei no meu crystal lover e lubrifiquei-o generosamente. Se houve coisa que encontrei em toda a informação que me passou pela frente relativamente ao sexo anal foi que a lubrificação é essencial e eu sou bem mandada e sigo os conselhos que me dão. Em seguida lambuzei o rabo. Todo! Bochechas incluídas! Que nunca seja dito que aqui a Aninhas não se besuntou toda como deve de ser!
Na minha cabeça eu saltitava entre a ansiedade de enfiar o dildo no cu, o medo de ficar desapontada com a sensação e a excitação que a ideia me estava a causar.
Deitei-me de lado e com muito cuidado enfiei a ponta mais fininha só um bocadinho. Não senti nenhum tipo de desconforto mas também não senti arrepios de prazer por isso enfiei mais um pouquinho e soube-me bem. Tirei e voltei a enfiar novamente, desta vez ainda mais um pouco e senti-me a relaxar. Voltei a tirar e a enfiar, sempre muito devagarinho e sempre um pouco mais fundo.
Estive assim num leve embalar durante longos minutos, com muita calma, sem pressas. Para terem uma ideia o mais que enfiei foram uns 3 cm até que a excitação começou a apoderar-se de mim. Acelerei o ritmo e comecei a movimentar as ancas. A mão que não estava ocupada aproveitou-se da minha distracção e acariciou-me o clítoris. Ao de leve, muito ao de leve mas foi o suficiente, assim que me toquei a junção das duas sensações foi demais e vim-me.
A quem torce logo o nariz quando se fala em estimulação anal deixem-me que vos diga.... é MUITO bom! O orgasmo é diferente... como é que eu hei-de explicar... é mais largo. Eu sei que isto soa um bocado estranho, mas é a descrição que melhor se aplica. É mais largo, mais rugoso. Diria que até é mais intenso. Não é melhor nem pior mas é sem sombra de dúvida diferente.
Depois de recuperar o fôlego virei o bichinho ao contrário... estava cheia de coragem e queria experimentar a ponta mais grossa (que continua a ser bastante fininha como podem ver pela foto, mas vamos fazer de conta que tal foi um grande feito e viva eu, está bem?).
Mais um bocadinho de lubrificante, uma leve mudança de posição e voltei a enfiar um bocadinho no cu. Grande diferença! Enquanto que a outra ponta começava por ser muito fininha e depois alargava, nesta acontecia o contrario e assim que fiz um bocadinho de pressão aquilo deslizou e enfiou-se quase que sozinho. A sensação foi absolutamente fantástica. Tirei-o e voltei a enfiá-lo várias vezes até que tive de parar pois estava prestes a vir-me novamente. Respirei fundo e reparei que não precisava de estar a segurar o dildo porque o meu rabiosque encarregava-se de ficar muito apertadinho à volta da parte mais fina e não o deixava sair. Experimentei rodá-lo um bocadinho e delirei... em menos de 20 segundos vim-me outra vez e foi assim que fiquei fã do meu Crystal Lover.
Já brinquei com ele mais algumas vezes desde aí e todas as vezes tento enfiar mais um bocadinho mas ainda não consegui chegar à parte mais larga. Ando em treinos.
Depois de escrever este post todo cheguei, mais uma vez, à brilhante conclusão que quem deu o nome aos orgãos sexuais era um bocado sádico... "ui, esfrega-me o clitóris" não só não é prático de se dizer como não soa nada bem. Tenho de arranjar umas denominações mais carinhosas...
Aceito então sugestões e conselhos não só a nível de vocabulário como a nível de futuras experiências com os meus brinquedos.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Ana e o desaparecimento no Natal

Os dias eram curtos e frios e a noite envolvia cada esquina assim que o relógio batia as seis.
Numa tarde ventosa uma pequena voz sussurrou:"ajuda-me" e essa foi a perdição de todos quantos a ouviram. Já devia, saber que a poucos dias do Natal, quando o vento assobia lá fora, a dona Amélia circula o pinheiro em busca das suas vítimas.
Normalmente a maldição envolve duas tardes de compras intensivas e duas tarde de preparação de todos os doces natalícios que se encontrei nos livros de receitas da minha mãe e tem como recompensa dois faustosos jantares, um dia 24 e outro dia 31. Eu e a minha irmã já estamos habituadas e até já está marcado na nossa agenda.
Mas este ano foi diferente. Muito diferente.
Este ano foi o primeiro Natal sem nenhuma das filhas no ninho e a dona Amélia circulou o pinheirinho com fome de vingança.
Este ano as tardes de compras multiplicaram-se por dois. Quatro looongas tardes de "levo castanhas ou batatas doces?".
O jantar decadente de dia 24 foi passado entre "agora nunca te vemos" e tentativas de chantagem emocional maléficas. Maléficas, vos digo!!! Por mais doce que seja ouvir dizer que as saudades são muitas porque eu só (só!) lá vou uma ou duas vezes por semana quando o objectivo é convencerem-me a ir visitar alguém da família de quem nem sei o nome deixam um amarguinho de boca.
Em seguida veio a recusa (sim,que eu não acreditei na desculpa esfarrapada da festa em casa dos visinhos) em partilharem o jantar de dia 31. Isto depois de eu ter passado uma tarde inteira a fazer pudins e bolos para o dito jantar. Não se faz. O dobro do trabalho e metade das refeições? É cruel, meus amigos!
Para compensar a facada nas costas na época festiva gamei o pudim de ovos e uma travessa de arroz doce que foi um mimo!
Portanto, como podem ver, os dramas familiares mantiveram-me ocupada durante esta época festiva e acabei por estar duas semanas sem meter cá os pés.
Já tinha saudades!
Neste entretanto são de assinalar duas salutares fodas com o amigo-colorido. Uma dada (bem dada) na banheira de minha casa e outra que começou na cama dele, continuou no chão e foi terminar debruçados sobre o sofá.
Conselhos de mim para todos os que por aqui passam:

* quando derem uma queca no chão, se virem que a coisa vai demorar mais que 20 minutos arranjem qualquer coisa macia para meterem debaixo dos joelhos de quem estiver por cima.
* quando quiserem lavar a cabeça a alguém de forma sensual e provocante usem um shampoo que não arda nos olhos.
* quando estiverem a meio de um orgasmo na banheira evitem agarrar a cortina... aquelas coisinhas redondas que a agarram ao varão não são muito resistentes.


Vamos então ver o que se passou pelo mundo enquanto eu estive ausente.