domingo, 18 de janeiro de 2009

Olhando pela janela

Insónias. Sabem o que são?
São aquelas nossas amigas que decidem fazer-nos companhia enquanto a nossa cabeça se diverte a martirizar-nos com listas de coisas pendentes para fazer e com replays de pequenas catástrofes do dia-a-dia.
Apesar de estar um frio, como dizia a minha avó, de arrepiar os cabelos do cu (imagem linda, não é?) levantei-me da cama, enrolei-me em duas mantas e decidi ir beber chá quente para a varanda. Uma qualquer noção romantica fez-me acreditar que a luz da lua e das estrelas me iam ajudar a chamar o sono.
A tartaruga olhou para mim desconfiada quando me sentei na cadeira que estava mais perto da sua casota. Vi-lhe no olhinho verde o ar de desdém, juro! Como se estivesse a rir-se de mim por me ver ali na rua áquela hora.
A lua estava encoberta e estrelas não se viam muitas, mas houve outra luz que me despertou a atenção.
Não estava sozinha na minha deambulação nocturna. Do outro lado da vedação estava uma luz acesa na casa do vizinho.
A janela iluminada sem cortinas permitia ver todo o interior do quarto. Tinha uma decoração muito simples, de onde eu estava parecia que apenas tinha uma cama e um armário numa parede de cor creme.
Segundo dizem as más línguas (ai que às vezes nós somos tão cuscas) é um senhor dos seus 35 anos que se divorciou há uns 7 e que desde aí vive sozinho. Deve ser difícil viver sozinho numa casa assim tão grande.
Quer dizer, a Madalena também tinha este casarão todo para ela, mas a moça quase só cá mete os pés para dormir...
Estava eu nestas divagações quando entra o vizinho no quarto. Senta-se na cama e aponta para a parede da frente onde, presumi eu, deverá ter uma televisão. Tirou os sapatos e levantou-se, desaparecendo novamente.
Voltou minutos mais tarde, vestido com um fato de treino e voltou a sentar-se na cama.
“Eu devia fazer o mesmo” -pensei eu para com os meus botões enquanto me preparava para dar corda aos sapatos e ir para o quarto.
Ah... mas eis senão quando, enquanto eu me levantava da cadeira, pelo cantinho do olho algo prendeu a minha atenção.
O vizinho tinha-se deitado para trás, ainda por cima da roupa da cama e estava com uma mão enfiada nas calças num movimento que eu reconheci imediatamente.
Levantei-me num ápice, ainda fiquei com as mantas presas na cadeira e ia-me estatelando no chão, mas assim que me libertei fugi para dentro de casa com medo que ele olhasse pela janela e (com os seus binóculos nocturnos, só podia) me conseguisse ver.
Larguei as mantas no sofá e fui-me empoleirar à janela. Sim... eu sou dessas... apontem-me lá o dedo a ver se eu me importo!
O vizinho continuava com a mão enfiada nas calças, mas tinha-se sentado novamente e olhava para a televisão. Será que estava a ver porno? Ou era daqueles homens que consegue bater uma a ver o jornal das oito?
Bom, o que quer que seja que estava a ver devia ser bom porque baixou as calças e começou a mexer a mão mais rapidamente.
As casas ainda ficam longe uma da outra.. não consegui averiguar se o rapaz era avantajado ou não...
Já não lhe interessava o que se passava na televisão, tinha a cabeça inclinada para trás e movimentava a mão num ritmo significativamente mais lento mas que me parecia mais intenso.
Deitou-se outra vez para trás e ficou com a mão quieta enquanto levantava as ancas da cama, já com as calcas pelos joelhos. De repente deixou-se cair na cama e voltou a mexer a mão rapidamente até que parou completamente.
Pronto, serviço feito.
Abençoadinhos, aquilo funciona de forma tão eficaz. É um instante.
Desci as escadas e vim para o quarto e agora estou aqui sentada a olhar para a cama e a pensar de mim para mim que o vizinho me deu uma boa ideia de uma forma relativamente eficaz e prazeirosa de dizer adeus à insónia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Natal, Ano Novo, respostas a comentários...

... e mais uma data de coisas.
Basicamente isto é um post para meter assuntos em dia.
A época natalícia sempre foi uma época atarefada para mim. Agora com quase 4 horas de caminho entre mim e a famelga ainda pior. Estas duas semanas foram passadas entre viagens cansativas, compras, mais viagens cansativas, dois encontros absolutamente desastrosos e muitas dores de cabeça.
Vamos lá ver se eu meto ordem aqui.

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Ora comecemos por responder aos comentários das simpáticas pessoas que por aqui passam e me deixam uns gominhos para eu ler.
No post Diálgogos Nocturnos

Ervi Mendel: Oh pá... eu não disse que o blog era porno! Eu disse que o blog almejava um dia vir a ser um blog semi-pseudo-porno! Assim como "um dia quando eu for grande", estás a perceber? Não havia necessidade de me relembrar assim de forma tão clara que a minha vida e não só este blog anda numa fase em que é "três-quartos-platónico um quarto-erótico". Coitadinha aqui da Anita... Eu bem sei, eu bem sei. Mas tenho esperança!

Maria Papoila: A minha mente é demasiado populacionada... o problema é esse. Muitas Anas a falar ao mesmo tempo...

Ritinha: Tenho plena confiança na capacidade que o Cardoso tem para arranjar "blind dates" para quem quer que seja. Tens é de ser bastante específica naquilo que queres, para não te acontecer como me aconteceu a mim....

Felina: Muito bom ano de 2009 para ti também!

Gabrielle: A minha mente funciona de uma forma muito disfuncional, mas pelo menos mantém-me entretida! Bom ano!

S. - Não é propriamente um clima de indecisão. É mais um clima de confusão. De "mas afinal o que é que se passa aqui?". Indecisão implicava opção entre duas ou mais coisas, não era?


No post Oh Universo

S. - Oh rapariga... mas a minha amiga não está nada virada para subir um, dois, ou três degraus. E eu também ainda não percebi se quero subir degraus ou nem por isso. Não é suposto eu querer subir degraus nenhuns. Ela é uma menina! Uma menina que é minha amiga. Uma menina que é minha amiga e que não me parece que tenha o mesmo tipo de problemáticas comigo que eu tenho com ela. Ou que acho que tenho com ela. Ou que não tenho. Ou... baaahhhh.. isto é muito complicado.

Ervi Mendel - Eu bem que abro as janelitas para ver se entra uma arajem para me refrescar as ideias, mas não me parece que tenha vindo a resultar.

Esplanando - O problema é que eu ainda não percebi muito bem o que se passa na minha cabeça. O problema é que mesmo que eu já tivesse as minhas ideias todas organizadas, a Madalena não faz a mínima ideia que eu tenho estas problemáticas com ela e não me parece que achasse grande piada que eu um dia deste lhe espetasse um beijo ou algo igualmente cinematográfico. Estou até aqui a ouvir na minha cabeça de forma bastante realista um "mas o que raio estás tu a fazer, rapariga???".

Pearl - Obrigado pela tua visita. Entra, senta-te, puxa uma cadeira e serve-te de um pedacinho de fruta!

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Ok, pronto, estando esta parte despachada quero desejar a todos um feliz 2009, com muito riso, muita saúde, muito dinheiro, muito amor, muita amizade, muitos bróculos porque fazem bem à saúde e muitas festinhas na cabeça que fazem bem à alma.
Agora vou cuscar o blog alheio, para ver as vossas novidades e já cá volto para contar as minhas.