sábado, 20 de dezembro de 2008

Diálogos nocturnos

Eram quase duas da manhã. Lá fora o vento uivava e as nuvens cobriam a lua de uma forma sombria. Sombria no sentido em que, como o céu estava enublado, estava escuro como breu… Caramba, isto é um blog com aspirações a ser semi-pseudo-porno, não ando para aqui a escrever histórias de terror. A verdade é que o vento nem sequer uivava assim muito. Vá lá.. assobiava um bocadito de vez em quando…Coisa pouca.
E disse a Madalena:h
-Estou toda moída… mesmo.
Emergi da pilha de cobertores.
- Estás moída porquê? O que é que andaste a fazer?
-Fiquei por cima desta vez…
Abanei a cabeça para desentupir melhor os ouvidos. Não devia ter percebido bem…
-Ficaste por cima do quê?
-Mas deste em pudica agora, foi? De que é que eu haveria de ter ficado em cima?
-Pronto, outra pessoa qualquer e eu ia partir logo para a badalhoquice, mas tu não costumas falar muito de.. da.. da tua vida amorosa.
Ela endireitou-se no sofá, um emaranhado de camisolas e casacos 2 números acima do dela.
-Não costumo falar porque quando lá ia a baixo o tempo era curto para todas as coscuvilhices, não ia perder tempo a falar dos gajos com quem me tinha andado a enrolar na semana anterior… agora estás aqui, já há tempo de sobra, já podes aturar os pormenores escabrosos.
Ah… os pormenores escabrosos.. será que eu queria saber dos pormenores escabrosos? Claro que sim, porque não haveria eu de querer os pormenores escabrosos. Venham eles. Será que eu consigo arranjar maneiras de escrever mais umas quantas vezes “pormenores escabrosos”?
-Ok… pronto. Venham os pormenores escabrosos!
- Sabes, os minis chamam-se minis por uma razão válida. É o menino dos meus olhos, mas por dentro é mesmo pequeno, não dá para grandes amassos. Estava eu e o Tiago no meio do nada quando me deram uns apetites.. deve ter sido de ver as vaquinhas a pastar ou algo igualmente poético. Páro o carro, viro-me para ele e disse-lhe “hoje estás com sorte”.
Parou uns segundos, ajeitou-se e continuou com um ar quase malandro.
- É uma coisa que eu gosto nos gajos… falamos-lhes em sexo e eles nem perguntam nem quando nem como, ficam logo com aquele ar de cão à espera de doce. É muito conveniente. Ora eu tenho andado cansada, não tenho dormido muito bem e não estava numa de ter muito trabalho, Apetecia-me assim… uma rapidinha de perna aberta. Eu sei que isto parece porco, mas era mesmo o que eu estava à procura. Dentro do carro não dava, eu já tentei uma vez e não correu nada bem, ia partindo um vidro… Saio cá para fora e verifico que o chão estava todo molhado. Tu estás a ver-me a sujar a roupa toda na lama?
-Devias ter levado a carrinha, já não te faltava espaço.
-Qual carrinha. Deita-se o gajo no chão e pronto! Lá se foram os meus planos. Fiquei por cima, sequinha e limpinha… mas agora doem-me as bochechas do rabo.
- Então e o rapaz?
-O rapaz foi o caminho de volta a pensar que raio de desculpa ia dar no escritório por levar as costas todas enlameadas.
-Então, vestia o casaco por cima.
-O casaco? O casaco ainda estava pior. O casaco ficou dobradinho a servir de mantinha, eu não ia meter os joelhos no chão molhado.
A lareira estava a esmorecer, por isso saí do emaranhado de cobertores e atirei mais dois pedaços de madeira para o lume.
-Eu devia aprender a ser mais assim. Mais “anda cá e fazes o que eu quero ou dás meia volta e vais para casa”. Pelo menos não me calhavam atadinhos como o João…
- Então e cá por cima? Ainda não andas de olho em ninguém? Não há mouro na costa? Amigos coloridos? Quecas ocasionais?
Disse que não com a cabeça e voltei a sentar-me.
-Não acredito.. e o Cardoso ainda não te convenceu a alinhares num blind date com um dos milhentos gajos do seu caderninho de telefones?
- Oh Madalena… os gajos do caderninho do Cardoso não querem nada com meninas, pá.
-Ah.. isso julgas tu! O Cardoso conhece gente! O Cardoso conhece muita gente e gente para todos os gostos. Aliás, se ele fechasse o escritório e abrisse uma agência de dating ficava rico. Só tens de lhe dar as características que queres e garanto-te que ele arranja. E se for preciso arranja mais que um, é logo uma mão cheia.
Mas a rapariga está doidinha de todo? Então ela acha que eu vou pedir serviços de administração de acompanhantes ao meu patrão? Sabem o que é que ela me perguntou quando lhe disse isto?
- Tens vergonha?
- Não! … Sim…
-Queres que eu lhe peça?
- Não!
-Esse é um não mas que na realidade significa que não ficas chateada se eu for por trás das tuas costas e lhe pedir na mesma?
-Sim…
-És uma corajosa.
Eu sei, eu sei. É verdade, eu sou um rato, um reles rato. E ser um reles rato deu-me fome, por isso passámos a conversa para a cozinha.
-Tens passado tanto tempo fechada em casa. Só sais à rua para ir trabalhar e comprar porcarias que nós não devíamos andar a comer… - disse a Madalena enquanto enchia a boca de marshmellows.- Tenho de arranjar maneira de te meter fora de casa.
-Já estás farta de mim, é?
- Oh parva.. Achas? Às vezes nem dou por ti, tens passado a maior parte do tempo fechada no quarto. Até ando preocupada… que não te estivesses a dar bem por cá. Andas fugida.
Ora.. eu não ando fugida! Eu só ando cuidadosamente a evitar situações eventualmente perigosas!
- Quase todos os dias te melgo à lareira.
- É por isso que eu a acendo, como engodo para te fazer sair do quarto. Então estás bem?
-Sim – bom, isto é quase verdade.
-Não tens saudades de casa?
-Não – tirando as saudades de tomar banho numa banheira sem receios de ser interrompida por uma gaja que me entra sonhos a dentro para actividades muito pouco próprias.
-Não te faz confusão, depois de viveres sozinha, viver com uma gaja?
- Não – especialmente se não tiver de ver a dita gaja em roupa interior, toalha de banho, completamente nua ou com aquela camisola azul que lhe fica lindamente… não me faz confusão nenhuma.
-Boa.
Boa… e já eram quase quatro da manhã quando fomos para a cama.

Cada uma para a sua, oh vozes hiper-activas da minha cabeça.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Oh universo

Como sempre arranjaste uma forma de agraciar o meu dia com o teu sentido de humor.
Chego a casa e ainda nem pousei a mala no chão já estou a ouvir um “estava a ver que nunca mais chegavas, anda cá!” vindo do andar de cima.
Larguei a chaves e a mala e subi os degraus para ver qual era a problemática.
Entro no quarto da Madalena e deparo-me com uma cama cheia de roupa. Quando eu digo cheia não me estou a referir a duas camisolas e 3 pares de calças... não... estou a falar do conteúdo do armário e das gavetas TODO em cima da cama e (ou não fosse a Madalena) organizado por cores...
Sai-me a rapariga da casa de banho, toalhinha enrolada à volta (claro, lá se esperava outra coisa) e desata a andar à volta da cama enquanto explica “afinal a reunião de amanhã é hoje e eu baralhei as datas... se não me tivessem telefonado a confirmar o sítio ia para lá amanhã feita parva... e agora o que é que eu vou vestir... tenho de ir com ar profissional e já me estou a passar com isto”.
Ah... sim, o eterno problema feminino do “eu não tenho nada para vestir!”. Calha a todas... mesmo que não sejam daquelas gajas com muitas esquisitisses vai haver um momento na vossa vida em que vão olhar para um armário a abarrotar de roupa e dizer:” mas eu não tenho nada para vestir!”.
Olhei para o monte de roupa na cama e agarrei numa camisa púrpura, numas calças pretas e num casaco preto e perguntei-lhe se lhe parecia profissional o suficiente. Ela olhou para mim como se eu tivesse descoberto peças de roupa que não estavam lá há cinco minutos atrás abanou a cabeça e pisgou-se para a casa de banho.
Deixei a roupa na pontinha da cama e sai do quarto com uma pressa fora do vulgar. Eu lá tinha as minhas desconfianças que não estava em terreno seguro. Assim que meto o pézinho do lado de fora da porta ouço um autoritário “mas onde é que tu pensas que vais? Já me escolheste os sapatos???”. Parei, virei-me devagarinho e dei de caras com uma mulher lindíssima de cabelos soltos, molhados, soutien e boxers pretos e um olhar intrigado.
Pensei de mim para mim:

“Porque é que ela está com aquele ar curioso?
Aliás, porque é que ela está com aquele ar curioso a olhar para mim?
Será, Ana Maria, que é por tu estares praticamente a babar-te a olhar para ela há uns 20 segundos? Hum? Será?
Raio da garota, mexe-te, olha para outro lado, diz alguma coisa. Mas o que é que se passa contigo?”

Abanei a cabeça tentando calar as vozinhas que corriam de uma lado para o outro em pânico na minha mente e de uma forma completamente casual (tão orgulhosa que fiquei de mim) disse-lhe : “levas os pretos, com é obvio, mas estou aqui a olhar para ti e acho que é melhor secares o cabelo, ficas logo com um ar mais atinadinho”.
Ah,ah!!! Eu não estava ali qual velho pervertido a ver a menina semi-nua! Não! Eu estava a fazer uma avaliação cuidada do penteado que ela deveria levar, pois claro. Acalmem-se vozes histéricas que aqui a Anocas resolveu a situação.
Ela fez uma careta de desagrado mas foi buscar o secador.
Mais uma vez, e desta vez ainda com mais pressa, virei-me para sair do quarto.
-Secas-me o cabelo? Não tenho jeito nenhum para isto... - pediu ela.
Ah... claro. Anda cá, oh Madalena descascada, senta-te aqui que eu vou arranjar uma qualquer forma sofisticada de te secar o cabelo enquanto analiso todos os detalhes do tecto para evitar que os meus olhos caiam onde não devem.
E lá estive eu, uns vinte minutos de secador na mão, completamente compenetrada nos cabelos quase pretos que caiam em suaves madeixas sobre os ombros delicados e... não! Olhinhos para cima, Anita!
Quando terminei o trabalho ela levantou-se, vestiu-se num ápice e fez a habitual pergunta: “estou bem?”.
Estás linda... - não podia ter sido mais sincera.
Quando ela saiu de casa há bocadinho vim para o quarto, não estava com muita vontade de ir comer sozinha.
Agora estou para aqui, ainda com aquela sensação de nervosinho miudinho, a tentar perceber quando é que eu passei dos sonhos ocasionais com uma amiga de longe para me comportar desta forma com a amiga com quem vivo.
Confesso que me está a fazer alguns curto-circuitos na minha cabeça. Quer dizer... é a Madalena! É uma menina! É uma grande trapalhada, é o que é!
Eu culpo a televisão!
Mentira.. culpo é o Bit torrent que é de lá que eu tiro as séries (cópias de segurança, senhores polícias) que decidiram todas ao mesmo tempo andar a enfiar nos guiões uma data de gajas enroladas com gajas.
Acho que vou fazer greve. Chega de Dr. House e de Grey's anatomy!
Vou-me dedicar a ver a última temporada de Supernatural... pelo menos tenho pesadelos com demónios e sombras em vez de sonhos com a miúda que vive comigo! Posso não dormir nada de jeito e achar que todos os barulhinhos são qualquer tipo de criatura maléfica pronta a desmembrar-me de uma forma dolorosa... mas com isso posso eu bem.

Amor, apaga a luz

Dizia-me a Andreia ontem que isto de andar a rebolar pelos lençóis às claras é muito bonito, mas depois alguém tem de se levantar e ir apagar a luz. Queria ela dizer que o romantismo e a espontaneidade não são nada práticas e que por vezes as consequenciais de uma noite romântica com 100 velas acesas e chocolate lambido da barriguinha do respectivo mais que tudo são demasiado trabalhosas.
Penso que é por isso que tantos casais caem na rotina de sexo de sábado à noite, na cama, de luzes apagadas... dá menos trabalho. Compreendo que depois de um dia inteiro de trabalho a ideia de ter de andar a limpar cera de velas das mesas e bancadas todas da casa seja o suficiente para tirar a vontade toda e mandar qualquer um directo para o sofá para a frente da televisão.
Compreendo... mas não consigo aceitar que não hajam casais que consigam fazer esse esforço extra...
Afinal é essa a diferença, não é? Entre um casalinho que está junto à 3 semanas e um que está junto há três anos.
No inicio tudo vale a pena... levantamo-nos de madrugada para preparar aquela surpresa especial, rapamos um frio desgraçado para estar à espera com aquela lingerie sexy quando chegam a casa, passamos duas horas a esfregar a alcatifa porque os morangos com natas comidos no chão à lareira acabaram por pingar tudo e andamos felizes da vida assim, porque estamos apaixonados.
O que muda?
Porque é que na maior parte dos relacionamentos ao fim de algum tempo desistimos? Deixamos de achar que a outra pessoa vale a pena o esforço?
Recuso-me a acreditar que todas as relações estejam condenada as este destino deprimente.
Eu acredito que há pessoas que se mantêm apaixonadas 10, 20, 30, 40 anos depois. Eu acredito que há velhinhas de 70 anos a deixarem bilhetinhos a dizer “acho as tuas rugas do pescoço extremamente sexys... e esse andarilho dá-me a volta à cabeça! Prepara essa prótese na anca que mal posso esperar que chegues a casa para te atirar para a cama!” no bolso dos seus mais-que-tudo.
Partilhei isto com o resto das galinhas hoje à hora do almoço e riram-se na minha cara. Disseram-me que este romantismo me passava com a idade.
O mestre no entanto calou o galináceo e disse, do alto da sua infinita sabedoria:
A maior parte das pessoas acomoda-se. A pessoa com quem estão já não lhes diz muito no entanto é uma companhia confortável e como encontrar melhor dá muito trabalho acabam por ficar por ali e vivem a sua vidinha bem. Não investem muito na relação porque também não se sentem valorizadas e concentram-se em outras áreas da sua vida.. a carreira, os filhos, um hobbie... e não são infelizes. Vivem contentes. A maior parte pessoas que pensam como tu vivem insatisfeitas, sempre à espera de mais, sempre à espera daquela tal pessoa que vai sempre ficar com os olhos a brilhar cada vez que te vê chegar... e a maior parte acaba por ficar sozinha e frustrada.
As outras galinhas cacarejaram em aprovação, mas ele não me deixou ficar mal:
No entanto, só quem se recusa a aceitar a mediocridade e corre o risco de dar uns grandes trambolhões e ficar com o coração nas mãos consegue aquele final de filme, o “e viveram felizes para sempre”. Eu acho que se tens pachorra para isso vale bem a pena o risco.
O meu ah-ah! triunfante foi ignorado pelo galinheiro.
Sou a galinha negra lá do sitio, pá....
Eu não me interessa...chamem-lhe romantismo, optimismo irrealista, parvoíce própria da idade... eu quero alguém que nunca se importe de se levantar para apagar a luz e que, daqui a muitos anos, eu ainda tenha vontade de beijar durante horas, com ou sem dentadura.
Dito isto e salvaguardando assim os meus planos para relacionamentos futuros...Eu ando a precisar de um amigo colorido cá para estas bandas!
A sério... ontem olhei para a minha almofada e ela rosnou-me, disse-me que estava farta de mim e mandou-me ir roçar noutro lado qualquer que ela ia tirar uns dias de férias.
Eu, que não sou uma rapariga nada orgulhosa, virei-lhe as costas numa de “ai é.. depois vem cá fazer-me olhinhos de fronha carente a ver se eu te ligo alguma coisa”, peguei na minha toalhinha e no roupão e saí do quarto decidida. Subi as escadas cheia de força e...
Oh Madalena... posso usar a banheira do teu quarto? - pronto, saiu-me... e não custou assim tanto.
Ela levantou os olhos da secretária, ajeitou os óculos e abanou afirmativamente a cabeça, como se não fosse nada com ela.
Missão comprida!
Lá foi a Aninhas, toda satisfeita para dentro e uma banheira cheia de água e espuma abundante.
Há tanto tempo que não tomava um banho... acho que tive uns três orgasmos psicológicos só de me deitar naquela aguinha quente.
Fechei os olhos durante um bocadinho e senti cada músculo (pronto.. ou aquilo que eu tenho onde as pessoas firmes e tonificadas deveriam ter músculo...) a relaxar. Deixei-me flutuar uns 20 minutos. Quase me esqueci o que me tinha impelido a requisitar aquela banheira, mas o olhar de desdém da almofada avivou-me a memória.
Ora festinha aqui, festinha ali, mãozinha aqui, dedinho ali e não tardou a sentir aquele calorzinho bom que vem de dentro e me faz ter vontade de roçar as pernas uma na outra... estava eu a meio das minhas actividades lúdicas aquáticas, extremamente entretida quando batem à porta.
O meu coração ia-me saltando do peito. Endireitei-me e gaguejei um “sim?” sumido.
Quando a Madalena abriu a porta deu-me um acesso de vergonha e voltei a mergulhar-me toda na água, desapareci entre aquela espuma toda e pedi às estrelinhas para que a minha cara não tivesse ficado vermelha que nem um tomate.
-Olha lá, desde que eu não esteja a dormir não precisas de me vir pedir se podes usar a banheira. Eu sei que tu és um pato, podes usar a banheira à vontade. Sabes onde estão as toalhas?
Estiquei um dedo para fora da espuma e apontei para a toalha que tinha trazido.
-Vou fazer pipocas e ver um filme. Vais demorar ou espero por ti?
Abanei afirmativamente a cabeça, muda.
Isso é um “sim, vou demorar” ou um “sim, espera por mim”?
Com pelo menos 3 vozes diferentes a chamarem-me nomes dentro da minha cabeça e umas 5 a dizerem-me “oh santa pipoca, fala, mulher!” lá disse que não ia demorar.
Passei-me por água, vesti-me e quando desci para o andar de baixo ainda tinha o coração a bater com força.
Nota mental... banhos na banheira sim.... actividades lúdicas aquáticas só quando estiver sozinha em casa!
Tenho mesmo de arranjar um entretém que estes comportamentos aparvalhados já não têm piada nenhuma.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Keywords

É um divertimento meu ver aquelas análises fantásticas que me dizem como é que os visitantes do blog cá vêm ter. Não são raras as vezes que me desato a rir com as buscas que atiram para aqui internautas inocentes.
Hoje tenho duas a que acho particular piada.
Senhor/a que cá veio ter à procura de "gaja com dois buracos do cu", por favor... eu estou cheia de curiosidade para saber se encontrou alguma. E para que queria dois? As meninas normalmente já vêm equipadas com dois orifícios e um opcional, não chega? Precisa mesmo de mais um extra?
Também cá veio parar alguém em busca de "receita de madalena". Bom, posso pedir aos paizinhos dela que me expliquem em pormenor como é que a cachopa foi feita, mas duvido que o resultado final seja o mesmo...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Anita vai almoçar

Aqui a Anita vai almoçar quase todos os dias com a malta do escritório. Há uma da tarde todos os presentes pegam nas suas coisinhas e convergem para a entrada onde decidem onde vai ser a almoçarada desse dia.
Ora a minha secretária está praticamente no centro da localização geográfica dessa aglomeração por isso eu fui absorvida pelas massas e passei a fazer parte da trupe muito rapidamente.
Não foi difícil sentir-me integrada no grupo por duas razões: a primeira é que o grupo é maioritariamente constituído por gajas com problemas amorosos e a segunda e a mais importante é que eu sou a secretária do tipo a quem elas querem pedir conselhos. Ahhhh.. o poder. Eu sei sempre quando é que o Cardoso almoça com as galinhas. Aliás, não fosse eu engraçar com aquela gente e achar que até são todas boas pessoas ia ficar seriamente convencida que era só por isso que elas são simpáticas para mim.
Ao inicio as conversas eram mais tímidas, afinal havia por lá uma galinha nova que elas não conheciam e tinham algum tento na língua, mas não demorou muito para que mostrassem a sua verdadeira cara. Sim, que aquilo é um antro de galinhas depravadas!! Ouçam bem o que vos digo: depravadas!!! É por isso que me adaptei tão bem.
O pobre do Cardoso normalmente passa os almoços a ouvir as últimas desgraças dos relacionamentos das galinhas do escritório e a tentar dar-nos algumas luzes acerca da mente masculina.
A nós, galináceas atentas, só nos falta tomar notinhas em caderninhos com canetas de várias cores como na escola.
O tema do almoço de hoje foi o pseudo-namorado da Daniela.
A rapariga está com dúvidas existenciais pois embora andem enrolados há quase dois meses nunca ninguém pediu em namoro ao outro e embora haja uma espécie de contracto de exclusividade nunca foi algo sobre o qual tivessem falado. Assim, embora ela se sinta comprometida e não ande por aí a enfiar-se em calça alheia não sabe em que ponto da situação está o relacionamento.
O mestre do galinheiro disse na sua infinita sabedoria que se ela não está confortável com a situação na sua presente condição de “logo se vê” que deveria perguntar ao moço “olha lá, afinal como é que é?”.
A Daniela não é parva nenhuma e já sabia perfeitamente que era isso que tinha de fazer, no entanto (e agora vem a verdadeira questão que ela queria colocar ) não quer ter a conversa e acabar por ser ela a pedi-lo em namoro.
O mestre meditou por uns momentos perante o olhar espectante das galinhas e proferiu a sua sentença:
“Os homens têm alguma dificuldade em detectar subtilezas. Uma boca atirada para o ar do género “a não sei quantas perguntou-me se eu tinha namorado e eu fiquei sem saber o que responder porque tu nunca me pediste em namoro” é completamente desperdiçada na maior parte dos homens. A esmagadora maioria vai encolher os ombros e continuar o que estava a fazer... O melhor será dizer-lhe abertamente “olha, sabes que tu nunca me fizeste um pedido oficial de namoro? As miúdas – e por miúdas eu quero dizer EU – gostam disso, sabias?”. Depois é esperar. Se ao fim de uma semana ele ainda não te tiver “oficialmente” marcado como território seu ou não está assim tão interessado ou é mesmo burro que nem uma porta. Em qualquer dos casos mais vale mandá-lo dar uma volta e passar ao próximo. “
Todas nós absorvemos a informação e até acho que ouvi a Daniela balbuciar um sumido “sim, mestre”.
Não é que eu esteja a meter em causa a sabedoria do senhor do galinheiro, até porque ele tem mais experiência com a psique masculina num dedinho da mão esquerda (... e sem ser com a psique também...) do que eu nos meus 26 aninhos de existência, mas uma das vantagens de ter um blog é poder perguntar a quem aqui passa o que acham destas problemáticas de significativa relevância para o futuro da humanidade em geral.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Saudades da minha antiga casa

Eu estou aqui muito bem, a sério que estou. O quarto é enorme, a casa é fantástica, tenho tudo e mais alguma coisa à mão... mas a verdade é que tenho saudades de uma coisa do meu minúsculo apartamento.
Vamos lá ver se adivinham...
Tenho saudades da minha banheira. Muitas!
Tenho saudades dos meus longos banhos.
Vou até ser porquinha e dizer que tenho saudades do que de vez em quando fazia durante esses longos banhos.
A casa de banho cá de baixo tem uma magnifica cabine de duche, com jactos XPTO e tudo... mas não é a mesma coisa.
E sim.. há uma banheira cá em casa... mas é lá em cima... no quarto da Madalena. Tenho medo que se sairem da minha boca as palavras “posso tomar banho na tua banheira” haja qualquer tipo de implosão do universo, se desmorone o mundo e toda a realidade seja transportada para um dos meus sonhos. Melhor não arriscar.
Culpa do meu cérebro hiper-activo que durante a noite continua a divertir-se com encontros imediatos de terceiro grau. À conta desta palermice já gaguejo quando a rapariga vem buscar alguma coisa à cozinha de toalha enrolada e ainda no outro dia me engasguei toda (literalmente, estava a beber chá e até me vieram as lágrimas aos olhos) quando ela me pediu num tom que já me é demasiado familiar se lhe podia ir buscar uma toalha.
Cá para mim isto já começa a ser excesso de falta.
Ninguém me mandou deixar um part-time a 300 km de distancia.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Conversas de cabeleireiro

Uma das maravilhas de não ir aos cabeleireiros de centros comerciais, cheios de gente muito chique é que além de se pagar bem menos o entretenimento é de muito melhor qualidade.
Hoje depois do trabalho achei que já era altura de dar um jeitinho às pontas espigadas e fui em busca de um cabeleireiro aqui ao pé de casa. Como sou um bocado calona para andar à procura entrei no café, comprei 2 pastilhas (eu sou calona e forreta…) e perguntei onde era a cabeleireira mais próxima.
A senhora lá me dei as indicações e fiquei a saber que numa das casas nem a 5 minutos daqui há uma senhora que fez um salão na garagem.
Lá fui eu, toda lampeira, pronta a lavar, cortar e secar.
Estavam lá mais 3 senhoras além de mim e a conversa andava à volta do tópico das doenças.
As gripes, a pneumonia que uma tinha apanhado, a gota do marido de não sei quem, o cancro do rapaz de não sei de onde que morreu tão novo que desgraça… até que, sem aviso prévio, uma das senhoras larga a bomba:
- Ai, com as doenças uma pessoa apanha cada desgosto… A minha mais velha apanhou um mal na boca do corpo que até injecções teve de levar. Eu bem lhe disse que não se desse assim, eu ensinei-a que o amor só se faz casada com o marido mas agora os tempos são outros… Coitadinha, andou muito aflita, que é uma zona que se sente muito, não é? Eu já lhe disse, oh filha, tu vais com eles, mas depois lava-te bem lavada, ouviste?
Eu apertei os lábios com força e enterrei-me no sofá com a revista a esconder-me a cara…. “Não te rias, Anita.. tu não te rias!”. Mas a senhora continuava…
- É que eles não lavam bem lá… lá… a coisa e depois as mulheres é que se infectam todas… que a boca do corpo apanha esses males com muita facilidade. Eu felizmente nunca tive assim desses problemas, mas também não me andava a deitar com o meu homem todos os dias que no nosso tempo não era assim… agora as moças até parece que gostam…
A cabeleireira, que era uma rapariga dos seus 30 parecia estar a fazer um esforço quase tão grande como eu para não se desatar a rir…
- Isto são coisas da televisão, elas agora são mais informadas também… não é… agora eles mostram tudo na televisão. Não é como o nosso tempo… eu quando me casei nem sabia como é que era um homem sem calças. E mesmo depois a gente não olhava, não era… Tudo debaixo dos lençóis. Mas felizmente nunca apanhei nenhum mal lá… lá em baixo… Mas também sempre comi muitas nabiças que dizem que têm muitas vitaminas e ajuda combater o mal.
Felizmente o penteado estava terminado e com ele a conversa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Conversas de sofá

Nesta casa os temas de conversa são sempre variados… Não sei muito bem como ontem fomos parar às linhas eróticas.
Estávamos a falar que tal como no velhinho mirc havia uma sucessão de perguntas da praxe, o nome, idade, ddtc também nas conversas porno havia a habitual “ o que tens vestido?”. Como é obvio elas nunca estão de calças de pijama e camisolona com nódoas.. estão sempre de lingerie sexy, saia com brutal racha e camisa aberta até ao umbigo.
De repente a Madalena vira-se e num rasgo de genialidade manda a seguinte bifana para o ar:
- Mas já viste o que era o tipo perguntar qualquer coisa do género “Estás quente?” e ela respondia com uma voz sexy: “Oh sim, estou com dois pares de meias!”