quinta-feira, 4 de junho de 2009

2nd Date

Depois de três dias de troca de “notícias” das mais variadas o beep beep do telemóvel finalmente trouxe algo que não podia ser precedido de “Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes”.
Convidou-me para jantar e eu, que sou rapariga bem educada, aceitei.
Pronto se fosse uma rapariga mal educada também tinha aceitado… afinal o jantar era sushi e convenhamos, o moço era engraçado. Além disso recebi a mensagem no escritório e ainda estava eu a ponderar se respondia que “sim, sushi parece-me uma boa refeição para acompanhar um debate acerca de política internacional” ou “sim, tendo em conta as novas descobertas acerca das propriedades anti-cancerígenas do peixe fresco era irresponsável da minha parte não aceitar o convite” já tinha as galinhas todas à minha volta.
Lá no galinheiro nós somos assim… metemos todas o bedelho na vida uma das outras perante o olhar benevolente do mestre Cardoso.
Chegou pontualmente à hora marcada para me ir buscar. Aliás, a pontualidade foi tanta que eu desconfiei que ele tivesse chegado antes e tivesse ficado no carro à espera da hora certa.
Um autentico cavalheiro. Ele abre portas, fecha portas, ajuda a vestir o casaco, a despir o casaco, a sentar na cadeira… a mãe se fosse viva tinha motivos para ter muito orgulho na sua educação exemplar.
O jantar foi delicioso e não discutimos nem politica internacional nem os efeitos benéficos do peixe.
Desta vez quando me deixou em casa deu-me dois beijos, cada qual na sua bochecha e ficou a olhar para mim à espera que eu dissesse alguma coisa.
Eu não sou de dar parte fraca, por isso disse boa noite e entrei em casa, não sem antes aceitar o convite para o cinema daí a dois dias.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

1st Date

Ficou combinado para as sete e meia. Íamos jantar e dar um passeio, conversar mais um bocadinho que também não nos podíamos esticar muito que no dia a seguir era dia de trabalho.
Foi pontual, cumprimentou-me com dois beijinhos, cheirava bem e abriu-me a porta do carro.
O jantar foi pizza e a conversa fluiu a um bom ritmo, mas não ficámos muito tempo no restaurante porque estava algum barulho e… no outro dia era dia de trabalho.
Fomos dar um passeio o pé, mas o passeio foi curto porque estava frio e… no outro dia era dia de trabalho.
Como estávamos a meio de um tema interessante fomos dar uma volta antes de me ir levar a casa… mas a volta tinha de ser pequena porque… no outro dia era dia de trabalho.
E quando chegámos à porta de minha casa eu estive mesmo, mesmo para sair do carro umas 5 vezes porque era tarde e no outro dia era dia de trabalho.
Resumindo e concluindo, já passavam das três da manhã quando, após 4 horas de conversa estacionados em frente ao portão, nós nos despedimos de vez.
Acompanhou-me à porta e deu-me um beijo na bochecha, apenas uma fracção de segundo mais demorado que um “então adeuzinho, hein” normal.
Eu fiz ar de cachorrinho, virei a outra bochecha e perguntei “então e o outro?”.
- O outro fica para a próxima vez – diz-me ele com um sorriso mal disfarçado.
Olha, olha… eu ali, tão voluntariosa e ele a fazer-se difícil. Ora, mudei logo o ar de cachorrinho para ar de gata assanhada e entrei em casa com um “se houver próxima” atirado para trás das costas.
Foi com o orgulho um bocado ferido que peguei no telemóvel mais tarde para ler a mensagem que me mandou.
“Já cheguei a casa. Gostei muito do jantar e da conversa. Boa noite. Vai mandando notícias.”
E foi com o orgulho ainda mal sarado que mandei a resposta:
“Notícias:
África do Sul quer começar a capturar e armazenar CO2 em 2020
Homossexuais japoneses vão poder casar no estrangeiro
Incêndio consome prédio no centro de Guimarães
Circuncisão masculina reduz risco de contrair herpes genital e vírus do papiloma humano
Revista "Lancet" quer que Papa se retracte das declarações sobre o uso do preservativo
Obama disposto a aumentar ajuda aos gigantes da indústria automóvel
Soares da Costa lucrou 8,2 milhões e retoma distribuição de dividendo
s”
Mas depois veio o sushi…

sábado, 16 de maio de 2009

Com os sapatos cheios de areia

-Mas cheio mesmo! Porque é que não me disseste que vínhamos para a praia? - protestei eu enquanto saltitava ao pé coxinho num esforço para descalçar o sapatinho de salto alto que se enterrava no areal.
-Se eu te tivesse dito não te tinha conseguido arrancar de casa.
Pronto, era provável, mas um aviso acerca da roupa apropriada tinha sido cortês.
Ali estava eu, no meio da praia, de sapatinhos na mão, saia que era demasiado flutuante para aquela maresia ventosa e sem protector solar.
A Madalena lá foi à sua vida, de máquina fotográfica em punho em direcção ao bando de masoquistas que chapinhavam contentes da vida na água que devia estar gelada. Devo dizer que lhes admirei o gosto pelo desporto mas não lhes invejei a sorte.
Olhei para um lado, olhei para o outro e decidi ir sentar-me à sombra de uma prancha. Ficava resguardada do vento e do sol e de areia já estava eu cheia, de qualquer forma.
Tirei o livro da mala (sempre, sempre um livro na mala.. poupa tanta seca) e enfiei o nariz na história.
Já estava eu completamente perdida no caminho de comboio entre Alemanha e a França e a fazer figas para a rapariga não ser apanhada pelo tipo que andava a revistar as carruagens quando de repente me foge a sombra e o suporte.
Olho indignada para o sitio onde era suposto estar a prancha e deparo-me com um par de pernas... olho um bocadinho mais para cima e lá estava o resto. E o resto era um rapaz a olhar para mim com uns olhos muito surpreendidos.
-Desculpa, não reparei que estavas aí atrás.
Aparentemente era o dono da prancha... Oops! Se calhar não é suposto pessoas encostarem-se à prancha alheia... se calhar é como com os carros, quando chegamos ao pé do nosso e está lá alguém encostado na amena cavaqueira fazemos aqueles olhos de "tira a mão sebenta de cima do meu rodinhas JÁ!".
Levantei-me num pulo para pedir desculpa mas, sendo eu aquilo correu-me mal, o pé enterrou-se-me areia dentro, perdi o equilíbrio e ... olhem e tinha-me estatelado ali mesmo não fosse o tipo ter-me agarrado no braço.
Até podia ter sido cinematográfico, com o cavalheiro a salvar a donzela de uma queda aparatosa, mas não foi. Foi patético e ridículo, não vale a pena disfarçar.
Lá expliquei meio atabalhoadamente (ai que eu nestas situações sou tão eloquente) que estava sol e eu não tinha chapéu e o vento e que me sentei e que achava que não fazia mal e que fazia sombra e que, e que... Estão a ver?
-Vamos ali beber um sumo e depois podes ficar sentada na esplanada à sombra sem te chatearem. - Hum... aquilo era um convite ou era um "arranja outro pouso onde não estorves"?
Foi mais ou menos nesta altura que eu decidi olhar para o rapaz com olhos de ver em vez de estar de olhos colados à areia.
Era moreno, tinha os cabelos revoltos ainda cheios de pingos de mar, olhos escuros e quentes e uns ombros definidos que continuavam nuns bracinhos daqueles que a Aninhas gosta. Era muito jeitosinho. Mesmo muito.
Lá fui eu, beber um sumo (pelo menos não disse "vamos beber um café"... ).
Sentámo-nos e fiquei a saber que se chamava Rodrigo, que tinha 29 anos e que tinha pisado um peixe aranha uma vez quando era miúdo. Que vivia em Vila Nova de Gaia e que o sonho dele era ter uma casa na praia. Que há um site na net que mostra a imagem de várias câmaras em várias praias e que partiu duas vezes o braço no mesmo sítio a fazer a mesma coisa.
Basicamente foi uma daquelas conversas aleatórias em que um assunto puxa o outro e já não sabemos muito bem como é que ali fomos parar mas queremos saber mais.
Fiquei também a saber que era um cavalheiro porque quando me ia levantar para pagar o meu sumo levei com um soturno "nada disso!". Vá digam o que disserem, power às mulheres e isso tudo, mas nós ficamos derretidas quando nos fazem isso.
Foi preciso a Madalena chamar-me para eu me aperceber que tinha estado na conversa quase duas horas.
Levantei-me, agradeci o sumo e a companhia e caminhei (com elevado nível de concentração para não me estatelar outra vez) até ela.
-Ana... - disse ela de mão na anca - diz-me depois de tanto paleio trazes o contacto do rapaz...
Fiquei a olhar para ela, como uma garota que acabou de ser apanhada a fazer asneira.
Vasculhou na mala, tirou um papel e uma caneta e escrevinhou qualquer coisa. Entregou-me o papel com o meu número de telefone e fez cara de má.
Eu baxei os olhos, dei meia volta e felizmente tive de andar pouco porque ele vinha na nossa direcção.
- Aparentemente, segundo a minha amiga, é falta de educação não dar o número de telefone quando nos oferecem um sumol. Se tivesse sido uma coca-cola tinha de te dar o meu primogénito e nem queiras saber o que te era devido se fosse um sumo de laranja natural.
Ele riu-se, agarrou no papel e disse que vinha com intenções de me pedir o e-mail para me enviar o tal link. Pedi a caneta à Madalena e acrescentei o blábláblá-arroba-qualquer coisa ao papelinho.
E vim-me embora sob o olhar "começa a contar tudo" da Madalena.
Estávamos a chegar ao carro quando tocou o meu telemóvel. Bem... a Madalena riu-se toda.
-É ele.
-Oh, não é nada.
-É pois, atende lá isso!
E era. Ah, e tal, estava a confirmar se percebia bem os números do papel e já agora, para não desperdiçar uma chamada telefónica, se eu não queria ir jantar no dia seguinte.
E eu disse que sim.

Com a pontinha do pé

Devagarinho, só com a pontinha do dedo grande do pé não vá a água estar muito fria.
Depois então vai o pé inteiro, talvez, com sorte.
Um chapinhar aqui e um acolá. Um pingo que chega ao joelho e arrepia.
Quando finalmente conseguimos entrar na água já são horas de ir para casa... isso não funciona para mim. Eu sou pata! E tomo balanço, corro e mergulho toda de uma vez e rio com gosto quando venho à superfície sem fôlego porque o frio me fugiu com o ar.
Também é assim por aqui, sabem?
Estive sem cá meter os pés, mas não vou voltar de mansinho. Tenho demasiadas coisas para contar, demasiadas novidades para pôr em dia!
Vamos cá ver... o meu portátil deu o berro, morreu ou foi vítima de macumba não percebi. Num dia funcionava, no outro tinha não sei o quê queimado e nem piava.
Como é óbvio em computador alheio eu não tinha lata para vir ao blog. Eu sou meio paranóica, acho que depois me vão cuscar tudo e me descobrem a careca.
Mas hoje, oh dia glorioso, hoje trouxe para casa um bichinho novinho em folha, de teclas reluzentes, de autocolantes ainda agarrados à parte de fora, de disco vazio e virgem à espera que eu o encha 1s e 0s (isto parece-me informaticamente incorrecto uma vez que eu acho que de 1s e 0s já eles vêem cheios, mas siga para bingo).
Cheguei a casa e pousei-o em cima da mesa. Olhei para ele, sem uma única mancha, sem migalhas no teclado e suspirei... que visão.
- Mas isso é para usar ou vai ficar mesmo aí a servir de centro de mesa? - perguntou do cimo das escadas a Madalena.
Ahhh.. a Madalena... Também já tinham saudades dela, não era? De mim não pergunto porque se alguém me diz que não arreganho os dentes!
As coisas andam mais calmas com a Madalena. Bom... andam mais atinadas, acho que é mais o termo. Aprendi a não me stressar toda, a não sair disparada da divisão quando ela entra e, pasmem-se, até consigo dormir com ela sem me deitar tão na pontinha do colchão que tenho de ter um pé no chão para não cair. Ainda tenho umas recaídas de vez em quando mas já não me sinto desenho animado japonês a quem espicha o sangue pelo nariz cada vez que vê as cuequinha a uma menina a quem o vento levantou a saia.
Acho que ajuda ter para onde desviar as minhas energias.
Oh sim, meus senhores e senhoras... a Anocas tem para onde desviar as energias.
Prometo contar tudo na próxima posta de pescada... agora vou cuscar os vossos blogs que ando cheia de curiosidade para saber o que se passa por aí!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Olhando pela janela

Insónias. Sabem o que são?
São aquelas nossas amigas que decidem fazer-nos companhia enquanto a nossa cabeça se diverte a martirizar-nos com listas de coisas pendentes para fazer e com replays de pequenas catástrofes do dia-a-dia.
Apesar de estar um frio, como dizia a minha avó, de arrepiar os cabelos do cu (imagem linda, não é?) levantei-me da cama, enrolei-me em duas mantas e decidi ir beber chá quente para a varanda. Uma qualquer noção romantica fez-me acreditar que a luz da lua e das estrelas me iam ajudar a chamar o sono.
A tartaruga olhou para mim desconfiada quando me sentei na cadeira que estava mais perto da sua casota. Vi-lhe no olhinho verde o ar de desdém, juro! Como se estivesse a rir-se de mim por me ver ali na rua áquela hora.
A lua estava encoberta e estrelas não se viam muitas, mas houve outra luz que me despertou a atenção.
Não estava sozinha na minha deambulação nocturna. Do outro lado da vedação estava uma luz acesa na casa do vizinho.
A janela iluminada sem cortinas permitia ver todo o interior do quarto. Tinha uma decoração muito simples, de onde eu estava parecia que apenas tinha uma cama e um armário numa parede de cor creme.
Segundo dizem as más línguas (ai que às vezes nós somos tão cuscas) é um senhor dos seus 35 anos que se divorciou há uns 7 e que desde aí vive sozinho. Deve ser difícil viver sozinho numa casa assim tão grande.
Quer dizer, a Madalena também tinha este casarão todo para ela, mas a moça quase só cá mete os pés para dormir...
Estava eu nestas divagações quando entra o vizinho no quarto. Senta-se na cama e aponta para a parede da frente onde, presumi eu, deverá ter uma televisão. Tirou os sapatos e levantou-se, desaparecendo novamente.
Voltou minutos mais tarde, vestido com um fato de treino e voltou a sentar-se na cama.
“Eu devia fazer o mesmo” -pensei eu para com os meus botões enquanto me preparava para dar corda aos sapatos e ir para o quarto.
Ah... mas eis senão quando, enquanto eu me levantava da cadeira, pelo cantinho do olho algo prendeu a minha atenção.
O vizinho tinha-se deitado para trás, ainda por cima da roupa da cama e estava com uma mão enfiada nas calças num movimento que eu reconheci imediatamente.
Levantei-me num ápice, ainda fiquei com as mantas presas na cadeira e ia-me estatelando no chão, mas assim que me libertei fugi para dentro de casa com medo que ele olhasse pela janela e (com os seus binóculos nocturnos, só podia) me conseguisse ver.
Larguei as mantas no sofá e fui-me empoleirar à janela. Sim... eu sou dessas... apontem-me lá o dedo a ver se eu me importo!
O vizinho continuava com a mão enfiada nas calças, mas tinha-se sentado novamente e olhava para a televisão. Será que estava a ver porno? Ou era daqueles homens que consegue bater uma a ver o jornal das oito?
Bom, o que quer que seja que estava a ver devia ser bom porque baixou as calças e começou a mexer a mão mais rapidamente.
As casas ainda ficam longe uma da outra.. não consegui averiguar se o rapaz era avantajado ou não...
Já não lhe interessava o que se passava na televisão, tinha a cabeça inclinada para trás e movimentava a mão num ritmo significativamente mais lento mas que me parecia mais intenso.
Deitou-se outra vez para trás e ficou com a mão quieta enquanto levantava as ancas da cama, já com as calcas pelos joelhos. De repente deixou-se cair na cama e voltou a mexer a mão rapidamente até que parou completamente.
Pronto, serviço feito.
Abençoadinhos, aquilo funciona de forma tão eficaz. É um instante.
Desci as escadas e vim para o quarto e agora estou aqui sentada a olhar para a cama e a pensar de mim para mim que o vizinho me deu uma boa ideia de uma forma relativamente eficaz e prazeirosa de dizer adeus à insónia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Natal, Ano Novo, respostas a comentários...

... e mais uma data de coisas.
Basicamente isto é um post para meter assuntos em dia.
A época natalícia sempre foi uma época atarefada para mim. Agora com quase 4 horas de caminho entre mim e a famelga ainda pior. Estas duas semanas foram passadas entre viagens cansativas, compras, mais viagens cansativas, dois encontros absolutamente desastrosos e muitas dores de cabeça.
Vamos lá ver se eu meto ordem aqui.

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Ora comecemos por responder aos comentários das simpáticas pessoas que por aqui passam e me deixam uns gominhos para eu ler.
No post Diálgogos Nocturnos

Ervi Mendel: Oh pá... eu não disse que o blog era porno! Eu disse que o blog almejava um dia vir a ser um blog semi-pseudo-porno! Assim como "um dia quando eu for grande", estás a perceber? Não havia necessidade de me relembrar assim de forma tão clara que a minha vida e não só este blog anda numa fase em que é "três-quartos-platónico um quarto-erótico". Coitadinha aqui da Anita... Eu bem sei, eu bem sei. Mas tenho esperança!

Maria Papoila: A minha mente é demasiado populacionada... o problema é esse. Muitas Anas a falar ao mesmo tempo...

Ritinha: Tenho plena confiança na capacidade que o Cardoso tem para arranjar "blind dates" para quem quer que seja. Tens é de ser bastante específica naquilo que queres, para não te acontecer como me aconteceu a mim....

Felina: Muito bom ano de 2009 para ti também!

Gabrielle: A minha mente funciona de uma forma muito disfuncional, mas pelo menos mantém-me entretida! Bom ano!

S. - Não é propriamente um clima de indecisão. É mais um clima de confusão. De "mas afinal o que é que se passa aqui?". Indecisão implicava opção entre duas ou mais coisas, não era?


No post Oh Universo

S. - Oh rapariga... mas a minha amiga não está nada virada para subir um, dois, ou três degraus. E eu também ainda não percebi se quero subir degraus ou nem por isso. Não é suposto eu querer subir degraus nenhuns. Ela é uma menina! Uma menina que é minha amiga. Uma menina que é minha amiga e que não me parece que tenha o mesmo tipo de problemáticas comigo que eu tenho com ela. Ou que acho que tenho com ela. Ou que não tenho. Ou... baaahhhh.. isto é muito complicado.

Ervi Mendel - Eu bem que abro as janelitas para ver se entra uma arajem para me refrescar as ideias, mas não me parece que tenha vindo a resultar.

Esplanando - O problema é que eu ainda não percebi muito bem o que se passa na minha cabeça. O problema é que mesmo que eu já tivesse as minhas ideias todas organizadas, a Madalena não faz a mínima ideia que eu tenho estas problemáticas com ela e não me parece que achasse grande piada que eu um dia deste lhe espetasse um beijo ou algo igualmente cinematográfico. Estou até aqui a ouvir na minha cabeça de forma bastante realista um "mas o que raio estás tu a fazer, rapariga???".

Pearl - Obrigado pela tua visita. Entra, senta-te, puxa uma cadeira e serve-te de um pedacinho de fruta!

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Ok, pronto, estando esta parte despachada quero desejar a todos um feliz 2009, com muito riso, muita saúde, muito dinheiro, muito amor, muita amizade, muitos bróculos porque fazem bem à saúde e muitas festinhas na cabeça que fazem bem à alma.
Agora vou cuscar o blog alheio, para ver as vossas novidades e já cá volto para contar as minhas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Diálogos nocturnos

Eram quase duas da manhã. Lá fora o vento uivava e as nuvens cobriam a lua de uma forma sombria. Sombria no sentido em que, como o céu estava enublado, estava escuro como breu… Caramba, isto é um blog com aspirações a ser semi-pseudo-porno, não ando para aqui a escrever histórias de terror. A verdade é que o vento nem sequer uivava assim muito. Vá lá.. assobiava um bocadito de vez em quando…Coisa pouca.
E disse a Madalena:h
-Estou toda moída… mesmo.
Emergi da pilha de cobertores.
- Estás moída porquê? O que é que andaste a fazer?
-Fiquei por cima desta vez…
Abanei a cabeça para desentupir melhor os ouvidos. Não devia ter percebido bem…
-Ficaste por cima do quê?
-Mas deste em pudica agora, foi? De que é que eu haveria de ter ficado em cima?
-Pronto, outra pessoa qualquer e eu ia partir logo para a badalhoquice, mas tu não costumas falar muito de.. da.. da tua vida amorosa.
Ela endireitou-se no sofá, um emaranhado de camisolas e casacos 2 números acima do dela.
-Não costumo falar porque quando lá ia a baixo o tempo era curto para todas as coscuvilhices, não ia perder tempo a falar dos gajos com quem me tinha andado a enrolar na semana anterior… agora estás aqui, já há tempo de sobra, já podes aturar os pormenores escabrosos.
Ah… os pormenores escabrosos.. será que eu queria saber dos pormenores escabrosos? Claro que sim, porque não haveria eu de querer os pormenores escabrosos. Venham eles. Será que eu consigo arranjar maneiras de escrever mais umas quantas vezes “pormenores escabrosos”?
-Ok… pronto. Venham os pormenores escabrosos!
- Sabes, os minis chamam-se minis por uma razão válida. É o menino dos meus olhos, mas por dentro é mesmo pequeno, não dá para grandes amassos. Estava eu e o Tiago no meio do nada quando me deram uns apetites.. deve ter sido de ver as vaquinhas a pastar ou algo igualmente poético. Páro o carro, viro-me para ele e disse-lhe “hoje estás com sorte”.
Parou uns segundos, ajeitou-se e continuou com um ar quase malandro.
- É uma coisa que eu gosto nos gajos… falamos-lhes em sexo e eles nem perguntam nem quando nem como, ficam logo com aquele ar de cão à espera de doce. É muito conveniente. Ora eu tenho andado cansada, não tenho dormido muito bem e não estava numa de ter muito trabalho, Apetecia-me assim… uma rapidinha de perna aberta. Eu sei que isto parece porco, mas era mesmo o que eu estava à procura. Dentro do carro não dava, eu já tentei uma vez e não correu nada bem, ia partindo um vidro… Saio cá para fora e verifico que o chão estava todo molhado. Tu estás a ver-me a sujar a roupa toda na lama?
-Devias ter levado a carrinha, já não te faltava espaço.
-Qual carrinha. Deita-se o gajo no chão e pronto! Lá se foram os meus planos. Fiquei por cima, sequinha e limpinha… mas agora doem-me as bochechas do rabo.
- Então e o rapaz?
-O rapaz foi o caminho de volta a pensar que raio de desculpa ia dar no escritório por levar as costas todas enlameadas.
-Então, vestia o casaco por cima.
-O casaco? O casaco ainda estava pior. O casaco ficou dobradinho a servir de mantinha, eu não ia meter os joelhos no chão molhado.
A lareira estava a esmorecer, por isso saí do emaranhado de cobertores e atirei mais dois pedaços de madeira para o lume.
-Eu devia aprender a ser mais assim. Mais “anda cá e fazes o que eu quero ou dás meia volta e vais para casa”. Pelo menos não me calhavam atadinhos como o João…
- Então e cá por cima? Ainda não andas de olho em ninguém? Não há mouro na costa? Amigos coloridos? Quecas ocasionais?
Disse que não com a cabeça e voltei a sentar-me.
-Não acredito.. e o Cardoso ainda não te convenceu a alinhares num blind date com um dos milhentos gajos do seu caderninho de telefones?
- Oh Madalena… os gajos do caderninho do Cardoso não querem nada com meninas, pá.
-Ah.. isso julgas tu! O Cardoso conhece gente! O Cardoso conhece muita gente e gente para todos os gostos. Aliás, se ele fechasse o escritório e abrisse uma agência de dating ficava rico. Só tens de lhe dar as características que queres e garanto-te que ele arranja. E se for preciso arranja mais que um, é logo uma mão cheia.
Mas a rapariga está doidinha de todo? Então ela acha que eu vou pedir serviços de administração de acompanhantes ao meu patrão? Sabem o que é que ela me perguntou quando lhe disse isto?
- Tens vergonha?
- Não! … Sim…
-Queres que eu lhe peça?
- Não!
-Esse é um não mas que na realidade significa que não ficas chateada se eu for por trás das tuas costas e lhe pedir na mesma?
-Sim…
-És uma corajosa.
Eu sei, eu sei. É verdade, eu sou um rato, um reles rato. E ser um reles rato deu-me fome, por isso passámos a conversa para a cozinha.
-Tens passado tanto tempo fechada em casa. Só sais à rua para ir trabalhar e comprar porcarias que nós não devíamos andar a comer… - disse a Madalena enquanto enchia a boca de marshmellows.- Tenho de arranjar maneira de te meter fora de casa.
-Já estás farta de mim, é?
- Oh parva.. Achas? Às vezes nem dou por ti, tens passado a maior parte do tempo fechada no quarto. Até ando preocupada… que não te estivesses a dar bem por cá. Andas fugida.
Ora.. eu não ando fugida! Eu só ando cuidadosamente a evitar situações eventualmente perigosas!
- Quase todos os dias te melgo à lareira.
- É por isso que eu a acendo, como engodo para te fazer sair do quarto. Então estás bem?
-Sim – bom, isto é quase verdade.
-Não tens saudades de casa?
-Não – tirando as saudades de tomar banho numa banheira sem receios de ser interrompida por uma gaja que me entra sonhos a dentro para actividades muito pouco próprias.
-Não te faz confusão, depois de viveres sozinha, viver com uma gaja?
- Não – especialmente se não tiver de ver a dita gaja em roupa interior, toalha de banho, completamente nua ou com aquela camisola azul que lhe fica lindamente… não me faz confusão nenhuma.
-Boa.
Boa… e já eram quase quatro da manhã quando fomos para a cama.

Cada uma para a sua, oh vozes hiper-activas da minha cabeça.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Oh universo

Como sempre arranjaste uma forma de agraciar o meu dia com o teu sentido de humor.
Chego a casa e ainda nem pousei a mala no chão já estou a ouvir um “estava a ver que nunca mais chegavas, anda cá!” vindo do andar de cima.
Larguei a chaves e a mala e subi os degraus para ver qual era a problemática.
Entro no quarto da Madalena e deparo-me com uma cama cheia de roupa. Quando eu digo cheia não me estou a referir a duas camisolas e 3 pares de calças... não... estou a falar do conteúdo do armário e das gavetas TODO em cima da cama e (ou não fosse a Madalena) organizado por cores...
Sai-me a rapariga da casa de banho, toalhinha enrolada à volta (claro, lá se esperava outra coisa) e desata a andar à volta da cama enquanto explica “afinal a reunião de amanhã é hoje e eu baralhei as datas... se não me tivessem telefonado a confirmar o sítio ia para lá amanhã feita parva... e agora o que é que eu vou vestir... tenho de ir com ar profissional e já me estou a passar com isto”.
Ah... sim, o eterno problema feminino do “eu não tenho nada para vestir!”. Calha a todas... mesmo que não sejam daquelas gajas com muitas esquisitisses vai haver um momento na vossa vida em que vão olhar para um armário a abarrotar de roupa e dizer:” mas eu não tenho nada para vestir!”.
Olhei para o monte de roupa na cama e agarrei numa camisa púrpura, numas calças pretas e num casaco preto e perguntei-lhe se lhe parecia profissional o suficiente. Ela olhou para mim como se eu tivesse descoberto peças de roupa que não estavam lá há cinco minutos atrás abanou a cabeça e pisgou-se para a casa de banho.
Deixei a roupa na pontinha da cama e sai do quarto com uma pressa fora do vulgar. Eu lá tinha as minhas desconfianças que não estava em terreno seguro. Assim que meto o pézinho do lado de fora da porta ouço um autoritário “mas onde é que tu pensas que vais? Já me escolheste os sapatos???”. Parei, virei-me devagarinho e dei de caras com uma mulher lindíssima de cabelos soltos, molhados, soutien e boxers pretos e um olhar intrigado.
Pensei de mim para mim:

“Porque é que ela está com aquele ar curioso?
Aliás, porque é que ela está com aquele ar curioso a olhar para mim?
Será, Ana Maria, que é por tu estares praticamente a babar-te a olhar para ela há uns 20 segundos? Hum? Será?
Raio da garota, mexe-te, olha para outro lado, diz alguma coisa. Mas o que é que se passa contigo?”

Abanei a cabeça tentando calar as vozinhas que corriam de uma lado para o outro em pânico na minha mente e de uma forma completamente casual (tão orgulhosa que fiquei de mim) disse-lhe : “levas os pretos, com é obvio, mas estou aqui a olhar para ti e acho que é melhor secares o cabelo, ficas logo com um ar mais atinadinho”.
Ah,ah!!! Eu não estava ali qual velho pervertido a ver a menina semi-nua! Não! Eu estava a fazer uma avaliação cuidada do penteado que ela deveria levar, pois claro. Acalmem-se vozes histéricas que aqui a Anocas resolveu a situação.
Ela fez uma careta de desagrado mas foi buscar o secador.
Mais uma vez, e desta vez ainda com mais pressa, virei-me para sair do quarto.
-Secas-me o cabelo? Não tenho jeito nenhum para isto... - pediu ela.
Ah... claro. Anda cá, oh Madalena descascada, senta-te aqui que eu vou arranjar uma qualquer forma sofisticada de te secar o cabelo enquanto analiso todos os detalhes do tecto para evitar que os meus olhos caiam onde não devem.
E lá estive eu, uns vinte minutos de secador na mão, completamente compenetrada nos cabelos quase pretos que caiam em suaves madeixas sobre os ombros delicados e... não! Olhinhos para cima, Anita!
Quando terminei o trabalho ela levantou-se, vestiu-se num ápice e fez a habitual pergunta: “estou bem?”.
Estás linda... - não podia ter sido mais sincera.
Quando ela saiu de casa há bocadinho vim para o quarto, não estava com muita vontade de ir comer sozinha.
Agora estou para aqui, ainda com aquela sensação de nervosinho miudinho, a tentar perceber quando é que eu passei dos sonhos ocasionais com uma amiga de longe para me comportar desta forma com a amiga com quem vivo.
Confesso que me está a fazer alguns curto-circuitos na minha cabeça. Quer dizer... é a Madalena! É uma menina! É uma grande trapalhada, é o que é!
Eu culpo a televisão!
Mentira.. culpo é o Bit torrent que é de lá que eu tiro as séries (cópias de segurança, senhores polícias) que decidiram todas ao mesmo tempo andar a enfiar nos guiões uma data de gajas enroladas com gajas.
Acho que vou fazer greve. Chega de Dr. House e de Grey's anatomy!
Vou-me dedicar a ver a última temporada de Supernatural... pelo menos tenho pesadelos com demónios e sombras em vez de sonhos com a miúda que vive comigo! Posso não dormir nada de jeito e achar que todos os barulhinhos são qualquer tipo de criatura maléfica pronta a desmembrar-me de uma forma dolorosa... mas com isso posso eu bem.

Amor, apaga a luz

Dizia-me a Andreia ontem que isto de andar a rebolar pelos lençóis às claras é muito bonito, mas depois alguém tem de se levantar e ir apagar a luz. Queria ela dizer que o romantismo e a espontaneidade não são nada práticas e que por vezes as consequenciais de uma noite romântica com 100 velas acesas e chocolate lambido da barriguinha do respectivo mais que tudo são demasiado trabalhosas.
Penso que é por isso que tantos casais caem na rotina de sexo de sábado à noite, na cama, de luzes apagadas... dá menos trabalho. Compreendo que depois de um dia inteiro de trabalho a ideia de ter de andar a limpar cera de velas das mesas e bancadas todas da casa seja o suficiente para tirar a vontade toda e mandar qualquer um directo para o sofá para a frente da televisão.
Compreendo... mas não consigo aceitar que não hajam casais que consigam fazer esse esforço extra...
Afinal é essa a diferença, não é? Entre um casalinho que está junto à 3 semanas e um que está junto há três anos.
No inicio tudo vale a pena... levantamo-nos de madrugada para preparar aquela surpresa especial, rapamos um frio desgraçado para estar à espera com aquela lingerie sexy quando chegam a casa, passamos duas horas a esfregar a alcatifa porque os morangos com natas comidos no chão à lareira acabaram por pingar tudo e andamos felizes da vida assim, porque estamos apaixonados.
O que muda?
Porque é que na maior parte dos relacionamentos ao fim de algum tempo desistimos? Deixamos de achar que a outra pessoa vale a pena o esforço?
Recuso-me a acreditar que todas as relações estejam condenada as este destino deprimente.
Eu acredito que há pessoas que se mantêm apaixonadas 10, 20, 30, 40 anos depois. Eu acredito que há velhinhas de 70 anos a deixarem bilhetinhos a dizer “acho as tuas rugas do pescoço extremamente sexys... e esse andarilho dá-me a volta à cabeça! Prepara essa prótese na anca que mal posso esperar que chegues a casa para te atirar para a cama!” no bolso dos seus mais-que-tudo.
Partilhei isto com o resto das galinhas hoje à hora do almoço e riram-se na minha cara. Disseram-me que este romantismo me passava com a idade.
O mestre no entanto calou o galináceo e disse, do alto da sua infinita sabedoria:
A maior parte das pessoas acomoda-se. A pessoa com quem estão já não lhes diz muito no entanto é uma companhia confortável e como encontrar melhor dá muito trabalho acabam por ficar por ali e vivem a sua vidinha bem. Não investem muito na relação porque também não se sentem valorizadas e concentram-se em outras áreas da sua vida.. a carreira, os filhos, um hobbie... e não são infelizes. Vivem contentes. A maior parte pessoas que pensam como tu vivem insatisfeitas, sempre à espera de mais, sempre à espera daquela tal pessoa que vai sempre ficar com os olhos a brilhar cada vez que te vê chegar... e a maior parte acaba por ficar sozinha e frustrada.
As outras galinhas cacarejaram em aprovação, mas ele não me deixou ficar mal:
No entanto, só quem se recusa a aceitar a mediocridade e corre o risco de dar uns grandes trambolhões e ficar com o coração nas mãos consegue aquele final de filme, o “e viveram felizes para sempre”. Eu acho que se tens pachorra para isso vale bem a pena o risco.
O meu ah-ah! triunfante foi ignorado pelo galinheiro.
Sou a galinha negra lá do sitio, pá....
Eu não me interessa...chamem-lhe romantismo, optimismo irrealista, parvoíce própria da idade... eu quero alguém que nunca se importe de se levantar para apagar a luz e que, daqui a muitos anos, eu ainda tenha vontade de beijar durante horas, com ou sem dentadura.
Dito isto e salvaguardando assim os meus planos para relacionamentos futuros...Eu ando a precisar de um amigo colorido cá para estas bandas!
A sério... ontem olhei para a minha almofada e ela rosnou-me, disse-me que estava farta de mim e mandou-me ir roçar noutro lado qualquer que ela ia tirar uns dias de férias.
Eu, que não sou uma rapariga nada orgulhosa, virei-lhe as costas numa de “ai é.. depois vem cá fazer-me olhinhos de fronha carente a ver se eu te ligo alguma coisa”, peguei na minha toalhinha e no roupão e saí do quarto decidida. Subi as escadas cheia de força e...
Oh Madalena... posso usar a banheira do teu quarto? - pronto, saiu-me... e não custou assim tanto.
Ela levantou os olhos da secretária, ajeitou os óculos e abanou afirmativamente a cabeça, como se não fosse nada com ela.
Missão comprida!
Lá foi a Aninhas, toda satisfeita para dentro e uma banheira cheia de água e espuma abundante.
Há tanto tempo que não tomava um banho... acho que tive uns três orgasmos psicológicos só de me deitar naquela aguinha quente.
Fechei os olhos durante um bocadinho e senti cada músculo (pronto.. ou aquilo que eu tenho onde as pessoas firmes e tonificadas deveriam ter músculo...) a relaxar. Deixei-me flutuar uns 20 minutos. Quase me esqueci o que me tinha impelido a requisitar aquela banheira, mas o olhar de desdém da almofada avivou-me a memória.
Ora festinha aqui, festinha ali, mãozinha aqui, dedinho ali e não tardou a sentir aquele calorzinho bom que vem de dentro e me faz ter vontade de roçar as pernas uma na outra... estava eu a meio das minhas actividades lúdicas aquáticas, extremamente entretida quando batem à porta.
O meu coração ia-me saltando do peito. Endireitei-me e gaguejei um “sim?” sumido.
Quando a Madalena abriu a porta deu-me um acesso de vergonha e voltei a mergulhar-me toda na água, desapareci entre aquela espuma toda e pedi às estrelinhas para que a minha cara não tivesse ficado vermelha que nem um tomate.
-Olha lá, desde que eu não esteja a dormir não precisas de me vir pedir se podes usar a banheira. Eu sei que tu és um pato, podes usar a banheira à vontade. Sabes onde estão as toalhas?
Estiquei um dedo para fora da espuma e apontei para a toalha que tinha trazido.
-Vou fazer pipocas e ver um filme. Vais demorar ou espero por ti?
Abanei afirmativamente a cabeça, muda.
Isso é um “sim, vou demorar” ou um “sim, espera por mim”?
Com pelo menos 3 vozes diferentes a chamarem-me nomes dentro da minha cabeça e umas 5 a dizerem-me “oh santa pipoca, fala, mulher!” lá disse que não ia demorar.
Passei-me por água, vesti-me e quando desci para o andar de baixo ainda tinha o coração a bater com força.
Nota mental... banhos na banheira sim.... actividades lúdicas aquáticas só quando estiver sozinha em casa!
Tenho mesmo de arranjar um entretém que estes comportamentos aparvalhados já não têm piada nenhuma.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Keywords

É um divertimento meu ver aquelas análises fantásticas que me dizem como é que os visitantes do blog cá vêm ter. Não são raras as vezes que me desato a rir com as buscas que atiram para aqui internautas inocentes.
Hoje tenho duas a que acho particular piada.
Senhor/a que cá veio ter à procura de "gaja com dois buracos do cu", por favor... eu estou cheia de curiosidade para saber se encontrou alguma. E para que queria dois? As meninas normalmente já vêm equipadas com dois orifícios e um opcional, não chega? Precisa mesmo de mais um extra?
Também cá veio parar alguém em busca de "receita de madalena". Bom, posso pedir aos paizinhos dela que me expliquem em pormenor como é que a cachopa foi feita, mas duvido que o resultado final seja o mesmo...