quarta-feira, 26 de setembro de 2007

6 filmes, 3 gajas, um tiramisu

Perdão... três meninas. Três donzelas. Três senhoras!
Estava eu a sair do escritório quando toca o telemóvel. "Vou passar por aí e vamos ver um filme!"
Por trás da voz decidida da Madalena (sim, a tal Madalena... eu tenho de a apresentar como deve de ser..) estava a cantoria da Andreia "I don't wanna close my eyeeeeeeeees!!!!!".
Não sou rapariga de dizer que não a boleia e filme, por isso apressei-me a descer as escadas e ir para a curva do costume.
Sim, eu tenho uma curva do costume onde espero por todas as boleias.. não se incomodem a fazer piadas com o assunto que estão todas mais que gastas. :P
Eram seis e meia quando chegámos ao cinema e olhámos para as bilheteiras. Podiamos escolher entre 6 filmes: Hora de Ponta 3, Resident Evil 3: Extinção, Estás Cada Vez Mais Frito, Meu!, Um Azar do Caraças, 1408 e O Reino com 10 minutos de atraso. Começa a problemática...
Eu já tinha visto o Azar do Caraças (blharggg) e queria ir ver o Resident Evil .
A Madalena já tinha visto o reino e não queria ver filmes de terror.
A Andreia já tinha visto o Hora de Ponta.
Nenhuma de nós queria ver o dos fritos.
Resultado final: não houve cinema para ninguém. Em vez disso toca de passar pelo Pingo Doce, comprar uma caixa de tiramissu e rumar em direcção à minha casa.
Apesar de ter pena de ter perdido mais uma oportunidade de dar uso ao cartão jovem (há que espremer enquanto dura!!), foi bom passar umas horinhas na cusquice e partir cascalho.
Eu sei que os homens por aí a fora se perguntam "mas o que é que as gajas fazem quando estão sozinhas?".
A resposta é simples.
Penteamos os cabelos umas às outras, aplicamos máscaras hidratantes, damos massagens com óleos perfumados, debatemos opiniões sobre lingerie, trocamos de soutiens, comparamos mamocas, comemos morangos das barriguinhas e dos decotes umas das outras...
...
...
...
Pois, não, não é bem isto. Temos pena, mas normalmente falamos de coisas fúteis do tipo o que é que o cabrão do chefe da Andreia fez desta vez, quem é que dá o jantar da semana que vem, quando é que a Madalena muda para estas beiras e o tempo e essas coisas.
E o tiramisu não sobreviveu...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A cavalo dado entre os lençois não se olha o dente entre as pernas

Saltitando de blog em blog caí no Rafeiro Perfumado e vi um desafio que considero atingir os mais elevados níveis de genialidade.
É bastante simples: basta pegar num provérbio português e acrescentar "debaixo dos lençois" à primeira parte e "entre as pernas" à segunda de modo a que continue a fazer sentido.
Eu ainda sou novata nestas andanças por isso ainda não recebo desafios de lado nenhum, mas vós julgais que isso me impede de dar largas ao meu vasto conhecimento de ditos e ditados? Ah!
Vamos a alguns exemplos:

A necessidade debaixo dos lençóis aguça o engenho entre as pernas.

Amigo verdadeiro debaixo dos lençois vale mais do que dinheiro entre as pernas.

Apanham-se mais moscas com mel debaixo dos lençois do que com fel entre as pernas.

Besta grande debaixo dos lençóis, cavalo de pau entre as pernas.

Até agora o único que encontrei que deixa de ser verdadeiro é este:
Bom serás debaixo dos lençóis, se morto estás entre as pernas.

Mas, sem sombra de dúvida que o meu predilecto é:
Em tempo de guerra debaixo dos lençois todo o buraco é trincheira entre as pernas

domingo, 23 de setembro de 2007

Voyerismo

Eu confesso. Eu gosto de ver. E de ouvir. E de ler.

Pensei nisto hoje no autocarro no caminho para casa.
Duas filas à frente do meu lado esquerdo ia um par de namorados concentradíssimo num enfianço mutuo de línguas goela a baixo, não deviam ter mais de 20 anos e estavam muito in love, com as hormonas todas aos saltos.
Enquanto a velhota que ia ao meu lado resmungava indignada eu inclinei-me para o lado com a desculpa de dar mais espaço ao seu saco de couves (que era enorme, não sei como a senhora conseguiu arrastar aquilo até ao autocarro...) e deliciei-me com a vista.
Ele tinha a mão na cintura dela e ela fazia-lhe rolinhos com os dedos no cabelo enquanto intercalavam longos beijos com sussurros de olhos nos olhos.
Pensei eu de mim para mim : ora é bem verdade, eu gosto de ver namorados na marmelada, excita-me ouvir os meus já famosos vizinho do lado e agora ando a cuscar blogs eróticos pela net fora. Eu sou uma grandessíssima voyerista, é o que é!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Lá se vai o fim de semana

Quase meia noite e os vizinhos do lado ainda não se dedicaram ao farrobadó. Parece que hoje não tenho banda sonora para adormecer.
O dia de hoje fez-me repensar se será boa ideia ter um blog. O entardecer trouxe com ele aquela sensação de "a minha vida é uma pasmaceira" e o meu resto de bacalhau com natas aquecido no micro-ondas e comido no sofá a fazer zaping deixou-me tristonha.
A minha ronha de domingo à noite já me acompanha há muito tempo. É motivado pela preguiça mesmo, pela ideia que daqui a bocadinho é segunda feira e tenho de me levantar cedo.
Para me animar enchi a banheira, despejei uma porção generosa de gel de banho de baunilha e (esta é a parte menos glamorosa) meti o portátil em cima do cesto da roupa suja e fui passear.
Não sei se foi da água se dos blogs que andei a espreitar... mas comecei a ficar com uns calores que nem vos digo nem vos conto.
Tomei o resto do meu banhinho com calma, sequei-me e deitei-me na cama. Hoje até me dava jeito a banda sonora dos vizinhos...
Como não sou rapariga de ficar com fome fui buscar o computador e continuei as minhas leituras.
Há um parágrafo em particular que prende a minha imaginação:

"Desce sobre mim e beija-me a boca... o queixo... morde-me o pescoço... aprisiona-me um mamilo nos lábios, nos dentes... hummmm Arqueio-me e ofereço-me, sim! Não posso deixar de tocar, de sentir a pele quente e viva na minha. "

O computador fica esquecido e em pensamento já estou nos braços de um alguém que me sabe de cor.
Num gesto quase envergonhado desço a minha mão e toco-me ao de leve. Um roçar suave e tímido que não revela a segurança de quem me toca em sonhos.
Balanço-me numa almofada presa entre as pernas como fazia quando era pequena e ainda não sabia que sexo era tabu.
O orgasmo não tarda pois a minha imaginação é agil.

-Bem - penso ofegante para com os meus botões - pelo menos já tenho alguma coisa para contar no blog.

Continuou assim: Blogó-tuning

Depois da "noitada" de ontem foi com algum custo que me arrastei para fora da cama às 11 e meia da manhã de hoje.
Vesti-me com preguiça, passei a escova pelo cabelo enquanto pensava que já era altura de lhe ir dar um cortezito decente, dois borrifos de perfume e um pouco de baton e lá vou eu à minha vidinha.
Almoço com o meu moço, passagem por 4 lojas de roupa para ele comprar umas calças de ganga pretas e aterrámos cá em casa.
Pensei em mostrar-lhe as minhas descobertas da noite anterior mas mudei de ideias. Não me parece ser coisa que o seduza, o mundo dos blogs. Melhor assim.
Ligámos a televisão e ficamos no enrosca-enrosca e eu, que não vou muito à bola com a Unidade Especial que ele segue religiosamente acabei por adormecer.
Sonhei que me tinham vindo a casa montar uma parabólica na casa de banho e que eu não estava à espera e não tinha dinheiro para lhes pagar. Por momentos achei que estava num filme porno rasco e que tinha de pagar o servicinho com o corpo, ideia que não me agradava porque o homem estava todo sujo de óleo (aparentemente aquela parabólica muito oleadinha). Eis senão quando me entra porta a dentro a Madalena e eu fico a olhar para ela com cara de “olha, há umas semanas que não me aparecias em sonhos” e me espeta um beijo na boca. Mas um beijo com certificado de qualidade! Ora upa, upa que o sonho subiu de divisão!
Infelizmente foi nesta altura que acordei com os berros do Jackie Chan...
Ora eu sou uma gaja comprometida e fiel... e o que é que uma gaja comprometida e fiel faz quando se enrola com gajas em sonhos? Vai tomar banho que é para não ter ideias...
Mas que mal fiz eu???
Resultado: vinguem-me no blog.
Olhem ali para a direita: ele é links, ele é música...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tinha começado assim

plano era recuperar o sono perdido das últimas duas noites e ir para a cama cedinho. Se há coisa que nós vamos aprendendo ao longo da vida é planos leva-os o vento.
O banhinho estava tomado. Tinha a minha chávena de chá de menta. Tinha o meu livrinho na mesa de cabeceira. Chegada à página 37 começa a festa.
O meu quarto é paredes meias com o quarto dos vizinhos do 3º Esquerdo e os vizinhos do 3º esquerdo são... animados. Sextas feiras á noite é dia de rambóia e eles levam a rambóia muito a peito.
Lá vieram os habituais "ai, amor... ai, ai" e os "ui, que bons".
Não me interpretem mal... não sou púdica nem tenho problemas com o sexo escaldante alheio... mas hoje estava molinha e aqueles gemidos todos estavam a fazer com que a minha cama parecesse demasiado grande.
Levantei-me, peguei no portátil e fui para a sala.
Mandei uma mensagem ao João na esperança que ele tivesse em casa e lhe apetecesse ir para o messenger mas não me respondeu.
Comecei a passear pela net.
Por aqui.
Por ali.
Ora deixa-me cá procurar se alguém também tem vizinhos barulhentos.
Abro o google, escrevo "vizinho a ter sexo" e aparece-me logo esta fantástica notícia:

Assassinado por simular sexo com frigorífico

A simulação de relações sexuais com um frigorífico foi ontem apresentada, no tribunal da Lousã, como o motivo que desencadeou uma reacção que viria a culminar com um homicídio, numa aldeia serrana. O autor do crime, um português de 27 anos, disse ao colectivo de juízes que interpretou esses "gestos obscenos" feitos pela vítima como uma ofensa à sua companheira. Tudo se passou a 28 de Abril de 2005, em Catarredor, Lousã. O arguido, acusado de homicídio qualificado, contou que estava a almoçar com vizinhos, quando a vítima, austríaco, de 47 anos, entrou embriagado.
(...)
Ao início da noite diz ter continuado a pensar no assunto. Os outros vizinhos ainda o terão tentado convencer a "não ligar", porque a vítima "era assim quando bebia". Mas sem sucesso. "Descontrolei-me. Deixei-me levar um bocado pelas emoções", admitiu.

Dirigiu-se a casa da vítima, alegadamente para conversar, mas levou uma catana que tinha em casa.
(...)
A conversa "começou a azedar", na versão do arguido, a partir do momento em que a vítima lhe terá dito que a sua companheira "ainda poderia vir a ser a namorada dele". A partir daí admitiu ter-se descontrolado e deu-lhe "uma série de catanadas". Segundo a PJ, só na cabeça a vítima foi atingida com 16 golpes."

Quem acha que depois desta descoberta a minha noite não podia melhorar está bem enganado. É que fiquei entusiasmada com o meu sucesso e continuei as minhas pesquisas.
Qual o meu espanto quando descubro um mundo de blogs que poderiam muito bem ser dos meus vizinhos "anda-cá-que-te-como" ali do lado.
Quis comentar um deles... mas não aceitava comentários anónimos.
Quis comentar outro... mas tinha de ter conta no blogger.
Estão a ver onde isto vai chegar, não estão?
Ora que coisa! 3 da manhã parece-me uma hora tão boa como outra qualquer para criar um blog.
Se bem o pensei melhor o fiz. Treca-treca-treca e nasce o 3º Frente. A minha janela para espreitar o que se passa por de trás de outras portas fechadas.
Sejam bem vindos, mas limpem os pés antes de entrar.