terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ana armada em pita do Hi5

Nem mais, nem menos!
Passei a tarde de sábado a embonecar-me porque tinha jantar combinado com o meu part-time. Ainda não eram seis horas já eu estava na banheira a tomar um banho perfumado com sais de banho que não cheiram a nada mas que metem a água roxa. Máscara de pêssego na cara, máscara hidratante no cabelo... enfim, naquelas figuras que nós mulheres fazemos quando os meninos não estão a ver.
Depois do banho há que passar creme pelo corpo todo com especial ênfase nas pernas para ficarem bem macias e perfumar ao de leve as dobrinhas. É um truque fantástico: se metermos perfume na pele pouco antes de sair, o pobre coitado que nos der uma beijoca no pescoço como amistoso "olá" pode ter o azar de ficar com a boca amarga. Se metermos um bocadinho de perfume nas "dobrinhas" (por trás do joelho, na parte de dentro do cotovelo, no pescoço) algumas horas antes de haver a possibilidade de andarem línguas a passear por lá o aroma fica e o sabor desaparece.
Toca a preparar o penteado.... encaracolado, liso.. ai a dúvida. Desta vez ficou liso para variar.
A roupa já estava escolhida: meia de liga preta, saia preta, corpete preto com camisola bordeaux e sapato de salto alto. Só pelos sapatos dava logo para ver que eu estava a pedir festa: salto alto e fininho, era óbvio que eu não estava a contar ficar numa posição vertical por muito tempo... duas horas, no máximo!
Ora eu até sou uma rapariga despachada e mesmo com os rituais todos estava pronta às sete e meia e o rapaz só chegava às oito.
-Hum - pensou a Ana - o que é que eu vou fazer durante meia hora que não me despenteie nem estrague as unhas? Ah! Já sei! Vou ler aquele livrito que está ali em cima... Olha, é o manual da máquina fotográfica. Ena, que giro, a máquina dá para tirar fotos a preto e branco! Deixa-me cá experimentar...
Sentei-me no sofá e flash para aqui, flash para ali quando de repente fui possuída pelo espírito de uma pita do hi5. Sabem... aquelas raparigas que metem fotos de poses sexys em frente ao guarda vestidos do quarto ou com o bikini novo em frente à máquina de lavar roupa com o skip ao lado?
O medo, o terror, o apagar as fotos para que nunca sejam utilizadas como forma de chantagem quando eu for rica e famosa.
Às oito a campainha tocou e eu arrumei a máquina fotografia e voltei à minha sanidade mental habitual.
Assim que abri a porta e olhei para o menino soube logo que ele também vinha com ideias menos castas. Não foi pela roupa que trazia nem pelo sorriso guloso com que presenteou... foi mesmo pelo saco da churrasqueira que trazia na mão. Devem pensar que eu caio na historieta do "ai e tal, está frio e pensei que fosse mais agradável jantar aqui em vez de irmos jantar fora".
Sim.. podia ter-me trazido flores mas trouxe-me frango. O gajo conhece-me os pontos fracos... :)

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