sábado, 5 de janeiro de 2008

Ana e o desaparecimento no Natal

Os dias eram curtos e frios e a noite envolvia cada esquina assim que o relógio batia as seis.
Numa tarde ventosa uma pequena voz sussurrou:"ajuda-me" e essa foi a perdição de todos quantos a ouviram. Já devia, saber que a poucos dias do Natal, quando o vento assobia lá fora, a dona Amélia circula o pinheiro em busca das suas vítimas.
Normalmente a maldição envolve duas tardes de compras intensivas e duas tarde de preparação de todos os doces natalícios que se encontrei nos livros de receitas da minha mãe e tem como recompensa dois faustosos jantares, um dia 24 e outro dia 31. Eu e a minha irmã já estamos habituadas e até já está marcado na nossa agenda.
Mas este ano foi diferente. Muito diferente.
Este ano foi o primeiro Natal sem nenhuma das filhas no ninho e a dona Amélia circulou o pinheirinho com fome de vingança.
Este ano as tardes de compras multiplicaram-se por dois. Quatro looongas tardes de "levo castanhas ou batatas doces?".
O jantar decadente de dia 24 foi passado entre "agora nunca te vemos" e tentativas de chantagem emocional maléficas. Maléficas, vos digo!!! Por mais doce que seja ouvir dizer que as saudades são muitas porque eu só (só!) lá vou uma ou duas vezes por semana quando o objectivo é convencerem-me a ir visitar alguém da família de quem nem sei o nome deixam um amarguinho de boca.
Em seguida veio a recusa (sim,que eu não acreditei na desculpa esfarrapada da festa em casa dos visinhos) em partilharem o jantar de dia 31. Isto depois de eu ter passado uma tarde inteira a fazer pudins e bolos para o dito jantar. Não se faz. O dobro do trabalho e metade das refeições? É cruel, meus amigos!
Para compensar a facada nas costas na época festiva gamei o pudim de ovos e uma travessa de arroz doce que foi um mimo!
Portanto, como podem ver, os dramas familiares mantiveram-me ocupada durante esta época festiva e acabei por estar duas semanas sem meter cá os pés.
Já tinha saudades!
Neste entretanto são de assinalar duas salutares fodas com o amigo-colorido. Uma dada (bem dada) na banheira de minha casa e outra que começou na cama dele, continuou no chão e foi terminar debruçados sobre o sofá.
Conselhos de mim para todos os que por aqui passam:

* quando derem uma queca no chão, se virem que a coisa vai demorar mais que 20 minutos arranjem qualquer coisa macia para meterem debaixo dos joelhos de quem estiver por cima.
* quando quiserem lavar a cabeça a alguém de forma sensual e provocante usem um shampoo que não arda nos olhos.
* quando estiverem a meio de um orgasmo na banheira evitem agarrar a cortina... aquelas coisinhas redondas que a agarram ao varão não são muito resistentes.


Vamos então ver o que se passou pelo mundo enquanto eu estive ausente.

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