segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ana vai à casa de banho

Não estejam já a fazer cara feia que não vos vou fazer uma descrição pormenorizada das minhas actividades na sanita. Tenho a certeza que encontrarão outros blogs dedicados a isso, alguns com fotos e tudo!
Não… vou apenas partilhar convosco um momento surreal numa casa de banho pública.
Depois de esperar em fila por uma casa de banho vaga a minha entrada no cubículo foi interrompida pela senhora que o tinha acabado de usar.
-Desculpe – perguntou ela com um ar intrigado – vai usar a casa de banho?
Ainda pensei em dizer-lhe que não, que tinha estado à espera apenas para admirar a sanita, mas lá me saiu um “sim” meio confuso.
-Ahhhh… - gaguejou ela com ar de quem tinha ficado desapontado com a resposta – Então deixe-me ir puxar o autoclismo.
E lá foi ela…

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ana vai às compras

Eram novinhos, não deviam ter mais de 20 anitos e tinham aquele ar de quem tinha começado a namorar à 5 minutos. Paravam a cada dez passos para se beijarem como se nada mais existisse.
Passei por eles no corredor do pão, das coisas da casa de banho e dos refrigerantes. Vi os olhares desaprovadores de quem passava por eles e tive pena daquela gente que se esqueceu como é bom estar apaixonado.
Na caixa, enquanto pagava reparei que uma senhora bem arranjada, dos seus 40 e tal anos, fez um comentário maldoso acerca da falta de respeito dos jovens… a verdade é que os dois pombinhos foram os únicos a reparar que no final da fila estava uma senhora com um bebé ao colo e se ofereceram para a deixar passar à frente enquanto os outros “adultos responsáveis” se esforçavam por a ignorar.
Não há pachorra para tanta dor de cotovelo…
E para mim, que andava tão entretida com o casalinho que me esqueci de comprar o milho para a salada…

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sai uma Madalena para a mesa do canto

-O que é que estás aqui a fazer?
- Está a chover torrencialmente – disse-me ela enquanto me pingava o chão da sala. Pela janela vi um dia lindo de sol mas não estranhei as gotas grossas que lhe caiam do cabelo.
Tirou o casaco ensopado e pousou-o na cadeira. Descalçou-se e pediu-me uma toalha.
Fui buscar a toalha à cozinha e quando voltei ela estava a tirar a camisola. Parei e pensei em voltar para trás num súbito ataque de decência mas os meus pés recusavam-se a mover-se para a frente ou para trás.
Como se se tivesse a sentir observada ela virou-se e olhou para mim. Afastou um cabelo que se colava teimosamente à sua testa e disse-me que eu também me devia despir porque ainda apanhava uma constipação. Eu não estava molhada… nem sequer tinha saído de casa mas achei que não devia contrariá-la.
Entrei no quarto para ir buscar roupa para as duas mas as gavetas estavam todas cheias de água.
Ela entrou, de soutien e calças já meio desapertadas e espreitou por cima do meu ombro para dentro dos aquários que eram as minhas gavetas.
Ora… mobília inundada e uma Madalena semi-despida são duas coisas claramente indicativas de que estava a sonhar, mas na altura tudo me pareceu absolutamente normal.
-Não faz mal – e encolheu os ombros com indiferença - de qualquer forma na cama não chove.
Voltei a fechar as gavetas com cuidado para não entornar a água para o chão e estendi-lhe a toalha.
Ela limpou-se e depois meteu-me a toalha pelas costas, apesar de eu estar completamente seca e vestida. Ficou ali alguns segundos à minha frente enquanto eu fazia um esforço enorme para olhar para o tecto e para as paredes… para qualquer lado menos para a mulher semi-nua que estava à minha frente.
Ela pegou-me na mão e dirigiu-se para a cama.
“Não te vais deitar com essa roupa assim, pois não”- perguntou ela enquanto se enfiava entre os lençóis.
E depois já não estávamos no meu quarto mas na sala novamente e eu já só tinha a toalha enrolada à minha volta e ela estava inclinada a olhar pela janela.
A luz que entrava fazia brilhar as pequenas gotas de água que ainda se agarravam à sua pele e ela estava ainda mais bonita. Olhou para mim e tive a nítida sensação de que ela sabia o que eu estava a pensar. Endireitou-se e veio até mim. Parou à minha frente, a dois passos e ficou quieta. Era impossível não olhar para ela. Não consegui impedir que os meus olhos escorregassem do seu rosto para o seu pescoço e continuassem a descer.
Ela deu um passo em frente.
O meu coração estava a bater tão depressa que comecei a sentir-me levemente tonta.
Ela deu outro passo em frente.
Estava praticamente colada a mim e eu tinha os olhos pregados ao chão. Achei que se olhasse para ela naquele momento era impossível ela não saber que a queria. Queria toca-la, sentir-lhe a suavidade da pele, o contorno dos seios.
Senti a mão dela agarrar a minha. Puxou-me um bocadinho e fiquei mesmo encostada a ela. Era impossível ela não sentir o meu coração que parecia querer sair do meu peito.
Com um puxão decidido atirou a toalha para o chão e fez-me uma festa no ombro que escorreu pelo meu braço deixando-me completamente arrepiada. Enlaçou os dedos nos meus e deu-me um beijo quente na bochecha. Susti a respiração e perdi-me na sensação de a ter tão perto.
Agarrou-me a cara e fez-me olhar para ela. Tentei desviar o olhar mas ela disse-me baixinho “olha para mim”.
Quando os nossos lábios se tocaram estremeci… senti-me leve demais para me aguentar em pé, leve demais para existir ali e que a única coisa que me prendia àquela realidade era ela.
Ela desceu as mãos da minha cara para o meu pescoço, depois para os meus ombros e quando me tocou ao de leve na mama direita enquanto me puxava pela cintura encostando-se completamente a mim não consegui evitar o suspiro de prazer que se escapuliu dos meus lábios.
Ela riu-se e voltou a beijar-me.
A língua dela na minha boca despiu-me de toda a vergonha que sentia e passeei as mãos pela frescura da sua pele.
Tropeçamos até ao sofá e quando ela se deitou em cima de mim…
Levantei-me de repente, de respiração acelerada e coração a bater descompassadamente.
Olhei para o relógio e passava pouco das seis da manhã. Tentei acalmar-me mas parecia-me que ainda lhe sentia o quente dos lábios nos meus. Foram precisos vários minutos para me convencer de que estava sozinha no meu quarto… e quer-me cá parecer que fiquei levemente desapontada.
Oh santa pipoca… os meus sonhos andam a subir significativamente de interesse mas começam a deixar-me um bocadinho desaustinada…

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Andreia, no seu melhor

No Messenger, às três da manhã:
- Então se uma gaja casada tiver dois amantes está a meter dois pares de cornos ao marido ou as armações são divididas entre o oficial e os dois amantes?
- Estás a perguntar se ela está só a trair o marido com outros dois ou se está a trair o marido com dois e cada um dos amantes com o outro?
-Sim.
- Bom, acho que pela perspectiva da história do ladrão ela não está a trair ninguém.
- Explica lá como se eu tivesse quatro anos.
- Então.. tanto é ladrão o que vai à vinha como o que fica à porta a guardar e ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Assim sendo tanto trai a mulher como o amante que sabe que ela é casada. Assim, ao arranjar um segundo amante está a trair um traidor, passando a ter direito aos tais 100 anos de perdão que fazem com que possa andar a rebolar com os três sem por em causa a santidade da sua alma imortal.
- Tu arranjas sempre umas maneiras retorcidas para justificar a promiscuidade alheia.
-É um dom. É que repara, segundo esta perspectiva quantos mais ela andar a comer mais santinha é porque os 100 anos de perdão são cumulativos.
-Tipo pontos na Galp…
-Sim, mas para te acumularem os pontos na Galp quando te passam o cartão na ranhura é de uma forma literal e neste caso é apenas uma analogia para qualquer actividade badalhoca.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A meio da noite

Havia ali qualquer coisa que não batia certo, pensei eu enquanto metade do cérebro acordava e a outra continuava a dormir. Uma sensação de calor que vinha do meio das minhas pernas (não era dos joelhos, oh gentes, era do outro meio das pernas).
Com uma curiosidade quase científica enfiei a mão nas cuecas e confirmei o que já desconfiava… estava completamente molhada. Sentia-me quente, húmida, palpitante. Apetecia-me tocar-me, roçar-me nos lençóis, apertar entre as pernas a almofada.
Tentei lembrar-me do que tinha estado a sonhar, mas foi em vão. O que quer que tenha sido foi bom, de certeza.
Ainda na penumbra estiquei o braço e procurei na minha gaveta a bullet.
Virei-me de barriga para baixo e entalei-a entre mim e a almofada.
Como eu estava não demorei a satisfazer os apetites de forma eficaz.
Depois dormi muito mais descansada.. aliás, hoje de manhã ainda fiquei na dúvida se tinha sonhado, mas tinha as provas do crime ao lado da cama…