sexta-feira, 2 de novembro de 2007

É em coro

A mana dá de frosques e quem fica a tomar conta da bichana sou eu. É já tradição. Não pode ver um feriado a dois passos do fim de semana que lá vai ela.
Lá vem a cadelita com duas malas atrás. É a caminha, é a mantinha, são os dois peluches, o caqueiro da água e da comida, as latinhas da comida e os doces para quando vai à rua.
A bichinha é muito sossegada e como ainda não me virei para certas e determinadas práticas mal dou por ela... excepto quando há festa ali do lado.
Sim, sim, estou a falar dos meus vizinhos!
Estava eu enrolada na cama a ler com a bola de pêlo aos pés quando começo a ouvir os habituais risos pré-queca.
Sim, os meus vizinhos têm um riso pré-queca. Ele diz qualquer coisa e ela ri-se com ar de menina inocente. Uns ih-ih-ih quase púdicos.
Depois do riso vem normalmente os gritinhos "ai, não me toques que eu estou a fazer-me de difícil".
Depois os gemidos tímidos. Depois os gemidos desavergonhados.
largas à imaginação e inserem algum diálogo.
As paredes são relativamente finas e a maior parte do som chega a mim sem problemas mas é-me difícil perceber ao certo o que eles dizer. Só o que lhes sai com mais entusiasmo é que chega a este lado da parede como sendo uma palavra perceptível.
Por vezes são os "que tetas, que tetas" dele, outras o "ai amor, amor, amor" dela. Uma coisa que chega sempre alto e bom som é o "cabra!".
Talvez por isso a bichinha ache que eles estejam chateados e a discutir... é que sempre que a cá tenho em casa ela passa as sessões dos vizinhos a ganir, baixinho, como se estivesse infeliz.
Será que também ela tem inveja, coitadinha?

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