domingo, 11 de novembro de 2007

A Madalena

Já devem estar curiosos acerca da minha amiga Madalena.
Se não estão curiosos depois de eu vos contar que passei a noite toda (em sonhos, claro)aos beijos e amassos à pobre da rapariga no sofá da sala devem ficar, no mínimo intrigados.
Conheci a Madalena no liceu, era eu uma menina. Eu era uma menina, ela com os seus dois anos inteiros de avanço já era uma senhora... e de meia idade, com certeza. Uma senhora de meia idade que me havia de dar com qualquer coisa pesada na cabeça se lesse isto.
A Madalena era uma daquelas amigas em que 3 dias depois de a conhecer já eu lhe tinha contado a vidinha toda de uma ponta à outra. Daquelas pessoas com que nos sentimos logo estranhamente à vontade.
Como é que eu passei desta descrição para desatar a ter sonhos menos próprios com a gaja é que eu não sei.
Se calhar é por a rapariga ter a mania de morar longe como comó (sim, comó) caraças e eu por ter saudades acabo por as sublimar enquanto durmo.
Se calhar é por a ter tão pertinho do coração e apesar da distancia a que a porca está ser a primeira pessoa a quem conto tudo e mais alguma coisa e então o meu sub-consciente arranja-me estes sonhos para exprimir a proximidade.
Se calhar foi aquele fatídico dia em que eu decidi ficar-lhe a fazer companhia enquanto ela tomava banho e me choquei a mim própria com o pensamento muito pouco amigável de "ela é linda!". Pensamento esse seguido de vários "Anita, caramba, estás parva ou quê... ela é uma menina!".
Se calhar é apenas um complexo de culpa por ter pensado tal coisa de tal maneira.
Também não interessa nada... a verdade é que de tempos em tempos, lá me aparece a rapariga em sonhos. É a vidinha, o que é que se há-de fazer?
E pronto.. isto tudo para dizer que a Madalena faz anos e eu ainda ando às voltas com a prenda que lhe hei-de comprar...

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