quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Quarto de século

Era uma vez, há muito, muito tempo atrás, um menino e uma menina que só queriam ter uma filha e dois gatos. Esse menino e essa menina foram passar um fim de semana fora deixando a filha única em casa dos avós para que pudessem comemorar o aniversário do seu casamento como deve de ser. Esse menino e essa menina beberam champagne (leia-se espumante que isto é gente modesta) a mais nessa noite e esqueceram-se que queriam ter uma filha e dois gatos e que a filha já tinham.
Nove meses depois, conta a história, esse menino e essa menina mandaram a ideia dos gatos ao ar e renderam-se às evidencias: era muito mais sensato ter duas filhas do que dois gatos.
Diz-me a minha avó entre risos que naquela noite a festarola deve ter sido de tal ordem que eu nunca fui boa da cabecinha. Aparentemente o estado de embriaguez era tal que os "branquinhos do meu pai" se fossem mandados parar pela polícia eram todos recambiados para a prisa. Foi um milagre que tenham conseguido fecundar alguma coisa.
Após este inicio de vida tão auspicioso passaram-se 25 anos e eis-me aqui.
Ontem foi dia de jantar com os amigos, de ser mimada por todos, de muito riso e muita galhofa até às 4 da manhã em casa da Andreia. Foi o que eu estava a precisar para sair do humor cinzento com que andava.
Hoje o dia vai ser muito calminho porque o tinha deixado livre pensando que ia comemorar com o João de maneira que vou almoçar a casa dos papás com a famelga e depois vou passar a tarde entre compras de prendas, visitas de blogs, longos banhos e leituras acompanhadas de chá e torradinhas. Que maravilha!
Os vizinhos do 3º esquerdo não se esqueceram que hoje é um dia especial por isso brindaram-me logo às 10 da manhã com um acordar fogoso. Pelo que percebi hoje estavam a tentar qualquer coisa de diferente porque houve muitas interrupções. Os "ai que foda, ai que tetas" eram entrecortados por "espera, deixa-me virar" e por alguns "tira, tira" muito pouco habituais... daquele lado o que se ouve é mais "mete, enfia" e "mais, mais", "tira" é mesmo muito raro.
Eu sou uma pessoa curiosa e uma vizinha preocupada com os co-habitantes do seu piso por isso encostei o ouvido à parede para ouvir melhor. Ainda me lembrei de ir buscar um copo mas achei que isso era coisa de telenovela.
Eles passaram à vontade uns 20 minutos naquela de vai não vai, "ai que é tão bom" e "pára agora um bocadinho" até que deram por encerrada a experiência e voltaram aos já costumeiros "aperta-me as mamas, com força, mais!" e "gostas, não gostas, CABRA!!!".
Foi assim na companhia dos gemidos dos vizinhos que eu comecei o dia de mãozinha entre as pernas, respiração ofegante e na cabeça a ideia que se calhar devia comprar uns brinquedinhos como prenda de anos.
Sim... é que no que a brinquedos diz respeito eu sou muito pobrezinha. Ainda a semana passada quando respondi ao desafio do Mr. e da Miss me apercebi disso. Tenho um vibrador que comprei há uns 4 anos e que pura e simplesmente não uso porque aquilo é rijo que nem cornos e muito pouco confortável e uma embalagem de um lubrificante manhoso que já deve ter passado de validade. Isto é inadmissível!
Este novo quarto de século que se inicia agora vai (escrevam o que eu digo!) ser uma época de novas experiências, de descobertas e de compra de artigos em sex shops!
Então, o que me aconselham a comprar?

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