sábado, 1 de dezembro de 2007

Cinco da manhã, bem bom!

Podia estar a cantar a famigerada canção das doce em altos berros numa tentativa desesperada de partilhar com os meus vizinho esta insónia que me atacou pelas costas.
Sei que foi pelas costas porque a não ser que tenha alguém em cima de mim, na cama estou sempre deitada de barriga para baixo e foi lá que ela me atacou, a desgraçada.
Já me meti de molho na banheira, já bebi chá quente, já mudei a água da borracha duas vezes, já apaguei a luz, já acendi a luz, lá meti música baixinho e já contei carneirinhos.
Já liguei a televisão, já liguei o rádio, já desliguei tudo o que pudesse fazer barulho.
Já acabei de ler dois livros que tinha pendentes, já organizei os cds, já estive a meter no álbum as fotos do meu jantar de aniversário.
Já imaginei que me tocava à campainha o vizinho do lado (não, não é esse, é o outro) e que me sentava na mesa da sala e me satisfazia todos os caprichos, mas nem esse sonífero miraculoso que é o orgasmo me deixou com sono. A mim, fã número um do sono pós sexo.
Recuso-me a pensar que a causa deste tumulto está ali, à entrada da porta, em cima da minha mala para não me esquecer. Mas será que são aqueles dois papelitos dos CTT que me mantêm acordada?
Sim, estou ansiosa para ir buscar as minhas encomendas, mas isto um exagero.
Alguém me diga "tenha tino, dona Ana, são horas de fazer óó!". Umas festinhas no cabelo também eram capaz de ajudar.

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